Quem é o brasileiro que regeu coral na primeira missa do papa Leão 14

Monsenhor Marcos Pavan foi nomeado pelo papa Francisco, em 2019, como diretor musical da Capela Musical Pontifícia, conhecida como Capela Sistina. Desde então, ele é o responsável por reger o coral nas principais celebrações litúrgicas do Vaticano, incluindo a primeira missa do papa Leão 14.
Quem é Marcos Pavan
Natural de São Paulo, Pavan tem duas formações musicais: técnica vocal, obtida na capital paulista, e canto gregoriano, em Nova York. Atuou no Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo. Além da formação musical, é graduado em direito pela USP e em teologia pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino.
Nomeação com o aval do papa. Pavan foi nomeado para o cargo por Francisco após a saída do italiano Massimo Palombella, afastado do cargo sob suspeita de corrupção. Palombella teve papel relevante na história musical do Vaticano e foi responsável pelo álbum Habemus Papam, que registrou ao vivo a eleição do papa Francisco.
Pavan conduziu a música litúrgica nos nove dias de missa do funeral de Francisco. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que tudo estava organizado, pois já se sabia da fragilidade da saúde do pontífice. Ele só colocou a "máquina para girar" após receber a notícia da morte. Também dirigiu o coro nas cerimônias fúnebres de Bento 16.
Atendendo a um pedido especial do papa Francisco, sua nomeação oficial ocorreu no Dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos, em 22 de novembro. Pavan considerou a escolha da data um gesto delicado por parte do pontífice.
Durante a Sexta-feira Santa no período do lockdown, Pavan se apresentou na Praça São Pedro diante de um cenário histórico: apenas cinco cantores e o papa. "Depois, ele caminhou até a praça para aquela oração que entrou para a história —a imagem dele sozinho, representando toda a humanidade naquele momento de pandemia. Guardo isso com muito carinho", relatou à Folha.
Atualmente, Pavan coordena um grupo de cerca de 55 cantores, sendo 20 profissionais adultos e 35 crianças entre 9 e 13 anos. Segundo ele, o papa tinha uma relação afetuosa com os pequenos e, durante a missa de 31 de dezembro de 2024, os cumprimentou com um gesto de "joia".