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EUA: católicos pedem igreja inclusiva, com padres casados e contraceptivo

O americano Robert Prevost é o novo papa Leão 14 - Dylan Martinez/Reuters
O americano Robert Prevost é o novo papa Leão 14 Imagem: Dylan Martinez/Reuters
do UOL

Do UOL, em São Paulo

09/05/2025 05h30

Robert Francis Prevost, 69, é o novo papa e o primeiro norte-americano a comandar a Igreja Católica. Natural de Chicago, ele vem de um país onde o catolicismo é a segunda maior denominação religiosa.

Religiões nos EUA

Cristãos são maioria, mas representação vem diminuindo. Em 2007, quase oito em cada dez adultos americanos (78%) se identificavam como cristãos. O número caiu para 71% em 2014 e depois para 62% no levantamento de 2024. Os dados são do Religious Landscape Study (Estudo do Panorama Religioso), feito pelo Pew Research Center, que entrevistou mais de 35 mil pessoas em cada uma das três pesquisas. O censo dos EUA não coleta dados sobre religião.

Entre cristãos, protestantes são o maior grupo. Eles representam 40% dos adultos americanos (somando diferentes vertentes do protestantismo), enquanto os católicos são 19% da população. Os mórmons respondem por 2% da pesquisa; cristãos ortodoxos e testemunhas de Jeová são 1% cada.

Apesar da redução, há sinal de estabilidade. Entre 2019 e 2024, o grupo de cristãos tem se mantido estável, variando entre 60% e 64%. A parcela protestante apresenta estabilidade desde 2019, e a porção católica, desde 2014, com pequenas flutuações.

Não católicos aumentam

Outras religiões representam 7% dos adultos americanos. Mas, individualmente, a proporção se mantém na casa de um dígito: 1,7% deles se dizem judeus; 1,2% dos entrevistados são muçulmanos; 1,1% são budistas e 0,9% são hindus. Na pesquisa mais recente, 29% afirmam não ter religião —são ateus (5%), agnósticos (6%) ou nada particular (19%).

A pesquisa sugere mais reduções no cenário religioso nos EUA. Americanos mais jovens têm sido menos religiosos do que os adultos mais velhos. Na faixa dos 18 aos 24 anos, eles têm menos probabilidade de se identificarem como cristãos (46%), de orar todos os dias (27%) e de frequentar serviços religiosos pelo menos uma vez por mês (25%), em comparação com as pessoas acima dos 74 anos. Os mais jovens também têm mais probabilidade de não se filiarem a uma religião.

Visão divergente

Católicos dos EUA dizem querer uma Igreja mais inclusiva. Outra pesquisa do Pew Research Center, feita em fevereiro desse ano, mostra que a maioria deles discordam dos ensinamentos da Igreja em questões como controle de natalidade, casamento e sacerdócio.

Oito em cada dez (84%) acham que métodos contraceptivos deveriam ser permitidos. A FIV (fertilização in vitro) é defendida por 83% do grupo, e 63% dizem que a Igreja deveria permitir que os padres se casassem.

Defesa das mulheres. Para 68% dos católicos americanos, a instituição deve permitir que mulheres se tornem diaconisas, e 59% acreditam que a Igreja deve ordenar mulheres como padres. Se isso fosse possível, elas também poderiam ser cardeais e, eventualmente, e votar no conclave e se tornarem papisas.

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