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Ibovespa avança com Itaú entre destaques após resultado sólido; Magalu desaba

09/05/2025 10h24

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta sexta-feira, com Itaú entre os principais suportes, em alta de quase 5%, renovando máximas históricas após resultado sólido no primeiro trimestre e expectativa de dividendo adicional para o ano, em mais uma sessão marcada por uma bateria de resultados corporativos.

Às 12h10, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,28%, a 136.613 pontos, tendo chegado a 137.286,01 pontos na máxima e marcado 136.232,23 pontos na mínima até momento. O volume financeiro somava R$12,6 bilhões.

"O Ibovespa retomou o movimento de alta e alcançou o objetivo, marcando uma nova máxima histórica em 137.634 pontos. Superada essa marca, os próximos alvos são 142.000 e 150.000 pontos", afirmaram analistas do Itaú BBA no relatório Diário do Grafista, enviado a clientes nesta sexta-feira.

"No lado negativo, o primeiro suporte está em 132.800 pontos. A perda desse nível pode iniciar uma realização de lucros, com próximos suportes em 128.700 e 127.900 pontos, que seguem sustentando a tendência de alta no curto prazo."

No exterior, os pregões tinham variações modestas, com agentes financeiros na expectativa de reunião entre representantes dos Estados Unidos e da China no fim de semana para discutir tarifas, no que pode ser o primeiro passo para resolver as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Mais cedo nesta sexta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que tarifas de 80% sobre os produtos chineses "parecem corretas".

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump aumentou os impostos sobre as importações da China para 145%, além daqueles que ele impôs sobre muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e aqueles cobrados de Pequim pelo governo Biden.

Além da batelada de balanços, o noticiário brasileiro também destacava o IPCA mostrando que a inflação no país voltou a desacelerar em abril, embora os preços dos alimentos e de saúde sigam pressionados, deixando a taxa acumulada em 12 meses no nível mais alto em pouco mais de dois anos.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 4,47%, renovando máxima histórica, após divulgar lucro de R$11,1 bilhões no primeiro trimestre, ligeiramente acima das previsões no mercado, com melhora em rentabilidade e eficiência. "As expectativas eram altas, mas o Itaú mais do que entregou", afirmaram analistas do BTG Pactual. Em teleconferência sobre os resultados, o presidente-executivo do banco, Milton Maluhy Filho, reiterou o guidance do banco para o ano, enquanto afirmou que o Itaú continua trabalhando para entregar dividendos adicionais.

- PETRORECONCAVO ON tinha elevação de 5,72%, tendo como pano de fundo dados do primeiro trimestre mostrando lucro líquido de R$227,5 milhões, com Ebitda de R$423,8 milhões, bem como produção média de 27,8 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia em abril, crescimento de 0,5% em relação a março.

- ASSAÍ ON subia 5,11% após reduzir projeção de abertura de lojas em 2026 para 10, contra 20 aberturas esperadas anteriormente, ao mesmo tempo em que divulgou um lucro líquido de R$117 milhões no primeiro trimestre, expansão de 95% em comparação com o mesmo período do ano passado. A projeção de abertura de 10 lojas em 2025 foi mantida. O presidente-executivo do varejista de alimentos, Belmiro Gomes, afirmou que vê o Assaí seguindo no segundo trimestre a tendência dos primeiros meses do ano, tanto em vendas como em capital de giro.

- LOJAS RENNER ON valorizava-se 3,95%, em meio à expansão de quase 55% no resultado operacional medido pelo Ebitda, que superou estimativas de analistas, bem como aceleração no crescimento nas vendas mesmas lojas para 10,8% e expansão em margem bruta. Executivos da varejista de moda afirmaram esperar um segundo trimestre melhor do que em 2024. Para analisas do Bradesco BBI, o "momentum" de curto prazo deve persistir, visto que o SSS tende a acelerar sequencialmente no segundo trimestre, dada a base comparável anual mais fácil.

- COPEL PNB avançava 3,63%, após resultado do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$664,7 milhões, e aprovação pelo conselho de administração da elétrica paranaense de "estrutura ótima de capital e uma nova política de dividendos", que proporcionará mais transparência e previsibilidade, com frequência mínima de pagamento de duas vezes ao ano.

- MAGAZINE LUIZA ON desabava 10,42%, diante do tombo de 62,5% no lucro líquido ajustado no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para R$11,2 milhões, abaixo de previsões no mercado, com a empresa notando que o ambiente macroeconômico "ainda exige disciplina e foco". O crescimento das vendas no conceito mesmas lojas físicas foi de 7,1%, inferior ao avanço de 9% no primeiro trimestre de 2024, enquanto as vendas no e-commerce e no marketplace caíram 2,6% e 1,8%, respectivamente. A receita líquida cresceu 1,6%.

- CSN ON recuava 8,93%, após divulgar um prejuízo de R$731,6 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 52% em relação ao resultado negativo do mesmo período de 2024 e bem acima do prejuízo de R$85 milhões dos três últimos meses do ano passado. A receita líquida teve alta anual de 12,3% no trimestre passado, para R$10,9 bilhões. A alavancagem financeira do grupo, uma preocupação constante dos investidores, subiu no período de 3,13 vezes para 3,33 vezes, apesar do forte crescimento no Ebitda -- de 27,6% ano a ano no ajustado.

- MRV&CO ON perdia 6,34%, tendo no radar a divulgação pela construtora de um prejuízo líquido ajustado de R$262,9 milhões no primeiro trimestre, em desempenho pressionado pelo resultado negativo da operação norte-americana Resia. Em termos consolidados, a receita operacional líquida da MRV&Co totalizou R$2,28 bilhões no período, em linha com a expectativa média de analistas em pesquisa da LSEG.

- PETZ ON caía 6,09%, conforme o líquido ajustado despencou para R$1,06 milhão no primeiro trimestre, uma diminuição de 86,7% em relação ao período de janeiro a março de 2024. A empresa informou que enfrentou "desafios operacionais" no seu centro de distribuição, que operou com alta ocupação de estoque e acima de sua capacidade ideal ao longo do trimestre -- e durante obra de expansão de sua área de armazenagem. A receita líquida da Petz somou R$839,2 milhões nos primeiros três meses do ano, expansão anual de 7,9%.

- GOL PN afundava 27,73% após o conselho de administração da companhia aérea aprovar proposta a ser submetida a assembleia de acionistas para um aumento de capital de entre R$5,34 bilhões e R$19,25 bilhões, uma das maiores operações do tipo já realizadas no país. O preço de emissão das ações no aumento de capital será de R$0,0002857142 por ação ordinária e R$0,01 por ação preferencial. Na véspera, o papel PN fechou cotado a R$1,19.

(Reportagem de Paula Arend Laier; edição de Patrícia Vilas Boas)

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