Brasil abre 71.576 vagas formais de trabalho em março, bem abaixo da expectativa
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil abriu 71.576 vagas formais de trabalho em março, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego, número que veio bem abaixo do esperado, em desempenho atribuído pelo governo ao calendário do Carnaval.
O resultado do mês passado foi fruto de 2.234.662 admissões e 2.163.086 desligamentos, registrando queda de cerca de 83,6% em relação a fevereiro e ficando muito abaixo da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 200.000 vagas.
O saldo mensal de março foi o segundo pior resultado para o mês desde 2020, início da crise da pandemia da Covid-19, que teve fechamento de 294.985 vagas. No mesmo mês em 2024 foram criados 245.395 postos de trabalho, segundo dados com ajustes.
No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o país criou 654.503 postos de trabalho, abaixo do registrado no mesmo período de 2024 (725.973 postos), mas ainda acima dos números de 2023 (537.461 vagas) e 2022 (620.070 postos). Já no acumulado dos últimos 12 meses, o saldo é de 1.613.752 vagas.
Dos cinco grupamentos de atividades econômicas, três registraram saldos positivos de vagas em março, com o setor de serviços na liderança, com 52.459 postos, seguido pela construção, com 21.946 vagas. Em último lugar, depois de indústria e agropecuária, ficou o setor de comércio com saldo negativo de 10.310 vagas.
Alagoas foi a unidade da Federação a registrar o pior saldo negativo com uma queda de 1,84% frente ao mês anterior. Já São Paulo foi o Estado com o maior número de criação de vagas, com alta de 0,24% em relação ao mesmo período. Ao todo, 19 das 27 unidades da Federação registraram saldos positivos.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse após os resultados que já havia afirmado na divulgação dos dados de fevereiro que o desempenho no mês de março poderia ser menor que o normal e apontou questões sazonais, como o fato de o Carnaval deste ano ter ocorrido em março, como motivo para a queda.
"Fevereiro foi um mês muito atípico no calendário brasileiro, não teve Carnaval como costumeiramente", disse. "Eu já preparei o espírito de vocês de que março poderia ser menor que o costumeiro e vem se confirmar", afirmou.
No mês passado, o governo informou que o Caged registrou a criação líquida de 431.995 vagas formais em fevereiro, bem acima das 250.000 vagas esperadas, segundo pesquisa da Reuters.
(Por Victor Borges)