Justiça de Cuba revoga liberdade condicional do dissidente José Daniel Ferrer
O Tribunal Supremo de Cuba anunciou, nesta terça-feira (29), que revogou a liberdade condicional concedida em janeiro a dois dissidentes, entre eles o líder da oposição, José Daniel Ferrer.
A Justiça revogou "a liberdade condicional de dois indivíduos sancionados, do grupo dos 553, que descumpriram a lei durante o período probatório ao qual estavam submetidos", informou o Tribunal Supremo em um comunicado enviado à imprensa.
O tribunal destacou que Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), uma organização de oposição muito ativa no leste da ilha, não compareceu duas vezes perante um juiz de execução, convocado pelo tribunal provincial de Santiago de Cuba, 900 km a leste de Havana, onde ele mora.
"Ele não apenas não compareceu, como também informou, por meio de seu perfil nas redes sociais, em flagrante desacato e violação à lei, que não compareceria perante a autoridade judiciária", afirmou o Tribunal Supremo.
Um tribunal da província de Matanzas, 100 km a leste de Havana, também revogou a liberdade condicional do dissidente Félix Navarro, porque, "em flagrante desrespeito à lei, ele saiu de seu município sete vezes sem solicitar autorização do juiz de execução".
Ambos os opositores estavam entre os 553 prisioneiros libertados em janeiro como parte de um acordo entre Cuba e o Vaticano, após a decisão do ex-presidente dos EUA Joe Biden de remover a ilha da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, uma medida posteriormente revogada por Donald Trump.
Em 11 de março, Havana anunciou que havia concluído o processo de libertação dos 553 prisioneiros.
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