Bolsonaro indica Tarcísio e ex-ministros como testemunhas em ação no STF

Réu por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ex-ministros como testemunhas de defesa no processo no STF.
O que aconteceu
Bolsonaro enviou ontem ao Supremo a defesa prévia do processo. Na semana passada, ele foi intimado dentro da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital DF Star em Brasília, onde se recupera de uma cirurgia no intestino.
Além do governador paulista, Bolsonaro indicou ex-ministros do seu governo como testemunhas. Foi o caso do ex-ministro da Saúde e hoje deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), do ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI), do senador Rogério Marinho (PL-RN) e do ex-vice presidente e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS).
Bolsonaro também indicou ex-comandantes das Forças Armadas. Ele arrolou o brigadeiro Baptista Júnior, ex-chefe da Aeronáutica, e general Freire Gomes, que comandou o Exército. Em depoimento à Polícia Federal, Baptista Júnior afirmou que Freire Gomes ameaçou prender o ex-presidente, caso o plano golpista fosse consumado. Giuseppe Janino, ex-diretor de tecnologia do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e responsável pelas urnas eletrônicas, também foi indicado.
No documento enviado ao STF, Bolsonaro também reclamou de ter sido intimado na UTI do hospital. "A citação foi realizada de forma contrária ao quanto estipula o artigo 244 do CPC e ocorreu contra a orientação e apesar das advertências dos médicos responsáveis pelo tratamento e internação do peticionário, situação que, todavia, não foi registrada nos autos na certidão lavrada", afirmou a defesa do ex-presidente.
Veja a lista de testemunhas indicadas por Bolsonaro:
- Amaury Feres Saad;
- Coronel Wagner Oliveira da Silva;
- Renato de Lima França;
- Eduardo Pazuello;
- Rogério Marinho;
- Hamilton Mourão;
- Ciro Nogueira;
- Tarcísio Gomes de Freitas;
- Gilson Machado;
- general Marco Antônio Freire Gomes;
- brigadeiro Carlos Baptista Júnior;
- general Júlio César de Arruda;
- Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro;
- Ricardo Peixoto Camarinha;
- Giuseppe Dutra Janino.
Acusação
Bolsonaro e mais sete denunciados pela trama golpista viraram réus no STF em março deste ano. Eles passaram a responder a uma ação penal pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
PGR afirma que ex-presidente sabia da existência e deu aval à chamada "minuta do golpe". O decreto trazia medidas para implementar um golpe de Estado no país e não permitir que o presidente Lula, vencedor da disputa de 2022, assumisse o cargo. Ainda segundo a PGR, o Bolsonaro tinha conhecimento também do plano "Punhal Verde e Amarelo", para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
*Com informações da Agência Brasil