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3 toneladas: como é o míssil norte-coreano que pode ter atingido a Ucrânia

Imagem divulgada por agência da Coreia do Norte mostra o lançamento de teste de um míssil balístico intercontinental em um local não revelado - KCNA via KNS/AFP
Imagem divulgada por agência da Coreia do Norte mostra o lançamento de teste de um míssil balístico intercontinental em um local não revelado Imagem: KCNA via KNS/AFP
do UOL

Do UOL, em São Paulo

29/04/2025 05h30

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky afirmou que o míssil que atingiu um prédio residencial em Kiev na última quinta-feira e matou pelo menos 12 pessoas foi fabricado pela Coreia do Norte.

KN-23, o míssil norte-coreano

É um míssil balístico de curto alcance. Testado pela primeira vez em maio de 2019 pela Coreia do Norte, esta arma nuclear pode se deslocar a até 690 km do local de onde for atirada, podendo variar de acordo com o peso que o artefato está carregando.

Carrega até 500 kg de ogivas. A informação é do Missile Threat. Seu peso total pode alcançar 3,4 toneladas no lançamento. Sua altura atinge 7,5 metros de comprimento e quase um metro de diâmetro (0,95 centímetros).

Foi projetado para furar sistemas de defesa antimísseis. De acordo com a Deutsche Welle, o KN-23 faz parte de um sistema de armas nucleares "táticas". Ele opera com combustível sólido e pode seguir uma trajetória não completamente balística, o que dificulta sua interceptação.

É muito parecido com o míssil 9K720 Iskander (SS-26). O modelo russo comporta até 700 quilos de ogivas, tem 7,3 metros de comprimento e 0,92 centímetros de altura, mas alcança uma distância menor, de até 500 quilômetros.

Fontes militares ucranianas relataram à Reuters que o KN-23 seria mais potente que modelos russos. A CNN já havia informado, em novembro de 2024, que mísseis norte-coreanos podem conter componentes fabricados no Ocidente.

Aliança criminosa entre Rússia e Coreia do Norte?

kiev - Gleb Garanich/Reuters - Gleb Garanich/Reuters
Momento dos ataques de drones e mísseis em Kiev
Imagem: Gleb Garanich/Reuters

O ataque acontece em meio ao fortalecimento da cooperação militar entre Rússia e Coreia do Norte, segundo autoridades ucranianas. Kiev estima que mais de 11 mil soldados norte-coreanos foram mobilizados para apoiar o esforço de guerra russo, especialmente na região de Kursk, na Rússia.

Um relatório do KIDA (Instituto Sul-Coreano de Análises de Defesa), divulgado em abril, aponta que Pyongyang arrecadou mais de US$ 20 bilhões com o apoio militar prestado a Moscou. Entre agosto de 2023 e março de 2025, a Coreia do Norte teria enviado mais de 15.800 contêineres de munições para a Rússia.

O presidente russo Vladimir Putin confirmou a vigência de um tratado de defesa assinado com a Coreia do Norte em 2024.

Em raro descontentamento, Trump pediu a Putin que pare. De acordo com a Reuters, aos repórteres na Casa Branca, Trump disse a frase "Vladimir, PARE!".

Zelensky afirmou em seu perfil do Facebook que, se confirmada a origem norte-coreana do míssil, isso comprovaria a "aliança criminosa" entre Rússia e Coreia do Norte. Segundo ele, Moscou e Pyongyang estariam cooperando no desenvolvimento de tecnologias letais e promovendo ataques deliberados contra civis.

No total, mais de 200 mísseis e drones foram lançados pela Rússia contra várias cidades ucranianas na ofensiva de 24 de abril. "Se a informação de que este míssil foi fabricado na Coreia do Norte for confirmada, será mais uma prova da natureza criminosa da aliança entre Rússia e Pyongyang", disse Zelensky, no Facebook.

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