Vítima brasileira atropelada no Canadá atuava em escola: 'Mudou vidas'

Kira Salim, uma das vítimas do atropelamento em um festival no Canadá, era brasileira e musicista.
Quem era
A vítima, de 34 anos, era natural do Rio de Janeiro. Ela havia se mudado em 2022 para o Canadá e passou a morar e trabalhar em Vancouver.
Salim se identificava como uma pessoa não-binária. Ou seja, sua identidade ou expressão de gênero não se limitava às categorias ''masculino'' e ''feminino''. Além disso, Kira defendia pautas da causa animal, da comunidade LGBTQIA+ e de direitos humanos.
Em 2015, se formou em licenciatura em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Quatro anos depois, fez mestrado em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e Educação na Universidade Europeia do Atlântico, na Espanha. Antes de se mudar do Brasil, deu aulas de música para o ensino médio.
Além da área de educação, já trabalhou gerindo mídias sociais, coordenando eventos e sendo assistente administrativa. Kira tentou ainda carreira de influencer e criou um canal no YouTube, onde publicou vídeos ensinando receitas da culinária japonesa, recomendando produtos orientais e fazendo maquiagem. Tudo isso enquanto conversava com seus seguidores e fazia reflexões sobre a vida.
Atuava desde 2024 no setor de aconselhamento escolar da New Westminster School. ''Minha missão pessoal é facilitar e orientar jovens e comunidades marginalizadas a prosperarem em suas vidas, criando um ambiente diverso e equitativo que estimule diferentes pontos fortes e personalidades, além de fornecer soluções personalizadas e inovadoras para apoiar os pacientes'', contou pelas redes sociais.
Escola onde trabalhava lamentou sua morte. A instituição disse que a sabedoria e cuidados de Kira tiveram um impacto poderoso na vida dos alunos. ''Seu trabalho e seu incrível espírito mudou vidas'', escreveu em nota de pesar.
Entenda o caso
Um motorista de 30 anos atropelou e matou 11 pessoas no Canadá. O caso ocorreu ontem durante um festival filipino Lapu Lapu Day. Além dos mortos, 20 pessoas ficaram feridas.
Há homens, mulheres e jovens entre os mortos, segundo as autoridades policiais. "Não posso entrar em detalhes sobre as idades [das vítimas], mas é uma tragédia para muitas famílias", afirmou ele em coletiva de imprensa realizada pelo Departamento de Polícia de Vancouver.
O suspeito foi detido no local. Segundo a polícia, o homem já era conhecido da corporação por questões relacionadas à saúde mental. Steve Rai, chefe interino de polícia de Vancouver, descartou a possibilidade de terrorismo, durante entrevista coletiva.
Dia mais sombrio da história de Vancouver, afirmou o chefe da polícia. Rai disse ainda que não iria identificar publicamente o suspeito porque ainda não foram apresentadas as acusações formais. Ele se referiu ao atropelamento como "ato de violência sem sentido e de partir o coração".