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Vaticano só existe por acordo com Mussolini; conheça a história

A Basílica de São Pedro, no Vaticano - Lefteris_/Getty Images
A Basílica de São Pedro, no Vaticano Imagem: Lefteris_/Getty Images
do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/04/2025 05h30Atualizada em 05/05/2025 09h54

O Vaticano é o menor país do mundo e possui um dos conjuntos de regras mais curiosos do mundo.

O que aconteceu

Desejo da Igreja por Estado próprio durava anos. Antes da unificação da Itália, a Santa Sé era dona de boa parte dos territórios que hoje compõem o país — incluindo Roma. Os territórios eram chamados de Estados Papais e, durante bastante tempo, o papa foi um dos governantes mais importantes do que hoje compreendemos como Itália.

Santa Sé foi dona de terras por mais de mil anos. Entretanto, com a unificação da Itália, isso mudou. Em 1860, a maioria dos Estados Papais foi conquistada pelos governantes dos estados vizinhos. No ano seguinte, seria declarada a existência do Reino da Itália, com capital em Roma. A cidade, entretanto, ainda pertencia à Igreja Católica e era protegida por militares franceses, enviados pelo imperador Napoleão III —sobrinho do famoso general.

Guerra permitiu tomada de Roma. Quando se iniciou a Guerra Franco-Prussiana, em 1870, Napoleão retirou as tropas de Roma, permitindo que os italianos avançassem e tomassem a cidade para si.

"Prisioneiros no Vaticano". O papa Pio 9, governante de Roma antes da tomada, recusou o governo italiano sobre a região e disse ser um "prisioneiro" dentro dos prédios do Vaticano, apesar dos italianos terem oferecido a criação de uma cidade-estado própria aos católicos. Os três papas seguintes —Leão 13, Pio 10 e Bento 15— mantiveram a situação. Durante o domínio italiano, os religiosos viveram em paz dentro dos muros do Vaticano. Não havia interferência, mas não havia autogestão.

O ditador fascista Benito Mussolini, que governou a Itália entre 1922 e 1943 - Getty Images - Getty Images
O ditador fascista Benito Mussolini, que governou a Itália entre 1922 e 1943
Imagem: Getty Images

País foi criado por documento assinado pelo fascista Benito Mussolini. Em 1929, 59 anos após o domínio italiano de Roma, o papa Pio 11 e o então primeiro-ministro italiano Benito Mussolini assinaram o Tratado de Latrão, que declarava o Vaticano um Estado independente —tornando-o o menor país do mundo desde então, com apenas 0,44 km².

Tratado de Latrão reafirmou catolicismo como religião única da Itália. Ao assinar o documento, o papa concordou com a neutralidade perpétua em relações internacionais e de mediar conflitos, exceto se pedido por todas as partes. Desde então, o Vaticano é independente.

Mussolini criou avenida para comemorar acordo. A "Via della Conciliazione" foi inaugurada somente em 1950 e, simbolicamente, liga o coração de Roma ao Vaticano. A via ainda é a principal forma de acesso ao país.

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