Vaticano só existe por acordo com Mussolini; conheça a história

O Vaticano é o menor país do mundo e possui um dos conjuntos de regras mais curiosos do mundo.
O que aconteceu
Desejo da Igreja por Estado próprio durava anos. Antes da unificação da Itália, a Santa Sé era dona de boa parte dos territórios que hoje compõem o país — incluindo Roma. Os territórios eram chamados de Estados Papais e, durante bastante tempo, o papa foi um dos governantes mais importantes do que hoje compreendemos como Itália.
Santa Sé foi dona de terras por mais de mil anos. Entretanto, com a unificação da Itália, isso mudou. Em 1860, a maioria dos Estados Papais foi conquistada pelos governantes dos estados vizinhos. No ano seguinte, seria declarada a existência do Reino da Itália, com capital em Roma. A cidade, entretanto, ainda pertencia à Igreja Católica e era protegida por militares franceses, enviados pelo imperador Napoleão III —sobrinho do famoso general.
Guerra permitiu tomada de Roma. Quando se iniciou a Guerra Franco-Prussiana, em 1870, Napoleão retirou as tropas de Roma, permitindo que os italianos avançassem e tomassem a cidade para si.
"Prisioneiros no Vaticano". O papa Pio 9, governante de Roma antes da tomada, recusou o governo italiano sobre a região e disse ser um "prisioneiro" dentro dos prédios do Vaticano, apesar dos italianos terem oferecido a criação de uma cidade-estado própria aos católicos. Os três papas seguintes —Leão 13, Pio 10 e Bento 15— mantiveram a situação. Durante o domínio italiano, os religiosos viveram em paz dentro dos muros do Vaticano. Não havia interferência, mas não havia autogestão.
País foi criado por documento assinado pelo fascista Benito Mussolini. Em 1929, 59 anos após o domínio italiano de Roma, o papa Pio 11 e o então primeiro-ministro italiano Benito Mussolini assinaram o Tratado de Latrão, que declarava o Vaticano um Estado independente —tornando-o o menor país do mundo desde então, com apenas 0,44 km².
Tratado de Latrão reafirmou catolicismo como religião única da Itália. Ao assinar o documento, o papa concordou com a neutralidade perpétua em relações internacionais e de mediar conflitos, exceto se pedido por todas as partes. Desde então, o Vaticano é independente.
Mussolini criou avenida para comemorar acordo. A "Via della Conciliazione" foi inaugurada somente em 1950 e, simbolicamente, liga o coração de Roma ao Vaticano. A via ainda é a principal forma de acesso ao país.