Novo chanceler nomeia executiva do setor de serviços públicos como ministra da Economia em novo gabinete da Alemanha
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Por Andreas Rinke e Sarah Marsh
BERLIM (Reuters) - O novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, nomeou nesta segunda-feira a executiva do setor de serviços públicos Katherina Reiche como sua provável ministra da Economia e o especialista em política externa e aliado Johann Wadephul como ministro das Relações Exteriores, como parte de uma série de primeiras nomeações para seu gabinete.
Os conservadores da CDU/CSU, de Merz, que venceram as eleições de fevereiro, fecharam um acordo de coalizão com os Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, no início deste mês, enquanto correm para formar um novo governo para lidar com uma série de crises internacionais.
Os dois partidos pretendem reavivar o crescimento da maior economia da Europa, no momento em que uma guerra comercial global desencadeada pelas tarifas de importação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça outro ano de recessão, e aumentar os gastos com defesa em meio a tensões na aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Merz espera que seu governo evite as brigas internas que assolaram a coalizão de três partidos de seu antecessor social-democrata Olaf Scholz -- e que acabaram levando ao seu colapso em novembro passado -- e que possa ser mais decisivo.
Mesmo antes de assumir o cargo, Merz e o SPD conseguiram aprovar um pacote fiscal histórico no Parlamento que permitirá que seu governo aumente drasticamente os gastos com infraestrutura e defesa.
O acordo de coalizão concedeu aos Democratas Cristãos (CDU), de Merz, os ministérios da Economia e das Relações Exteriores, à União Social Cristã (CSU), partido aliado do CDU na Baviera, o ministério do Interior, e ao SPD, os ministérios da Defesa e das Finanças.
Espera-se que o político mais popular da Alemanha, Boris Pistorius, permaneça como ministro da Defesa, enquanto muitos apostam no líder do SPD, Lars Klingbeil, para se tornar ministro das Finanças.
Os planos da nova coalizão incluem a redução de impostos para os alemães de renda média e baixa, a redução de um imposto corporativo, a redução dos preços da energia, o apoio ao setor de carros elétricos e a eliminação de uma lei contestada sobre a cadeia de suprimentos.
Com a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, bem votada nas eleições, a coalizão sinalizou uma postura mais rígida em relação à imigração. Ela também prometeu um forte apoio à Ucrânia e maiores gastos militares, já que a Europa enfrenta uma Rússia mais hostil.
Reiche, ex-parlamentar, é presidente-executiva da empresa de infraestrutura de energia regional Westenergie -- uma divisão da E.ON, a maior operadora de redes de energia da Europa -- desde o início de 2020.
Antes de sua nova função, Reiche foi diretora executiva da associação VKU de serviços públicos locais da Alemanha.
Várias associações do setor elogiaram Reiche, de 51 anos, nesta segunda-feira, como uma gestora competente com experiência no setor.
Wadephul, membro do Parlamento alemão desde 2009, é vice-líder da facção conservadora da CDU/CSU no Parlamento, responsável por tópicos de defesa e relações exteriores.