Tales: Lupi só será demitido se relação com fraude do INSS for comprovada
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, não deve sair do governo Lula (PT), a não ser que tenha envolvimento comprovado no esquema que revelou o desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), apurou hoje o colunista Tales Faria para o UOL News, do Canal UOL.
A informação que eu tenho do Palácio do Planalto é que Carlos Lupi não sai, exceto se tiver algum envolvimento comprovado. Tales Faria, colunista do UOL
Na semana passada, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ter sido alvo da Operação Sem Desconto, que apura a cobrança irregular de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024 —ação que começou na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seguiu até o governo atual, do presidente Lula.
A operação policial mirou golpes contra aposentados e pensionistas e foi deflagrada pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União).
Stefanutto foi indicado ao cargo pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi. Durante entrevista coletiva, Lupi revelou que o presidente do INSS havia sido afastado após decisão judicial (e não por iniciativa do governo), mas que confiava nele e preferia aguardar o término das investigações.
Ao Canal UOL, Tales lembrou o bom relacionamento que Lupi mantém com o governo Lula, mas relatou o estreitamento das relações entre o PT e o PDT, partido do qual o ministro é filiado.
O problema não é apenas a comprovação de envolvimento, o problema é que Lupi tem aí pela frente uma via-crúcis. E ele não é o tipo de pessoa que enfrenta a via-crúcis de maneira adequada normalmente. Ele acaba falando besteiras. Essa é a verdade.
Assim como foi aquela coletiva em que ele depositou total confiança no presidente do INSS, sendo que já estava claro que o presidente fez uma lambança (para dizer o mínimo). A dúvida agora é saber se essa lambança também não foi feita pelo Lupi.
Normalmente, em qualquer outro país, em um problema dessa monta, desse tamanho, resulta no afastamento do ministro. Não tem conversa não.
O Lupi tem um bom relacionamento pessoal com o Lula, e o PDT também um bom relacionamento histórico com PT, na esquerda. Mas o PDT está querendo um motivo para deixar o governo. Por quê? Porque o PDT acha que é maltratado pelo governo.
Tales Faria, colunista do UOL
Resumo da operação
Segundo a Polícia Federal, além do presidente do INSS, foram afastados o diretor de benefícios e relacionamento com o cidadão, o procurador-geral junto ao INSS, o coordenador geral ao suporte ao atendimento ao cliente e o coordenador geral de pagamentos e benefícios.
A operação contou com o apoio de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU e foi realizada em 13 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe, além do Distrito Federal.
Landim: Moraes reage com cautela para ceder a prisão domiciliar de Collor
No UOL News, a colunista Raquel Landim afirmou que o ministro do STF Alexandre de Moraes reage com cautela ao pedir para que advogados do ex-presidente Fernando Collor de Mello, preso na última sexta, apresentem os laudos médicos que comprovem que ele está mesmo doente.
A prisão domiciliar é um direito no Brasil, e se ele tiver uma comorbidade, uma doença, que o sistema penitenciário não tem condições de atender, é um direito que não deve ser negado a ninguém. Agora é preciso ter certeza de que esse direito não está sendo abusado. Raquel Landim, colunista do UOL
Collor foi preso no dia 25 pela Polícia Federal, em Maceió, por volta das 4h, no aeroporto. Ele foi levado para a sede da Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, na capital do estado, e depois transferido para um presídio federal.
A condenação do ex-presidente, em 2023, está relacionada à Lava Jato. Ele teria recebido mais de R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014 para viabilizar, por meio de indicações políticas, um contrato de troca de bandeira de postos de combustível celebrado pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Ele foi condenado à pena de oito anos e dez meses de reclusão.
A defesa do político então alegou ao STF três "comorbidades graves" (doença de Parkinson Apneia do sono grave e Transtorno Afetivo bipolar") para pedir a sua prisão domiciliar. Nesta segunda (28), como resposta, o ministro Moraes deu o prazo de 48 horas para a defesa do ex-presidente Fernando Collor apresentar todos os documentos médicos que comprovem o estado de saúde dele.
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