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Menor americana de 2 anos foi deportada a Honduras, segundo juiz dos EUA

26/04/2025 16h03

As autoridades deportaram uma menina americana de dois anos junto com sua mãe para Honduras, de acordo com um juiz federal do estado da Louisiana, no sul dos Estados Unidos, que lamentou a falta de procedimentos formais.

Esse novo caso é o mais recente que opõe o sistema judicial à política migratória do governo de Donald Trump, que realiza deportações em massa de imigrantes que entraram irregularmente no país.

O juiz federal Terry Doughty marcou uma audiência para 16 de maio para "dissipar a forte suspeita de que o governo acabou de deportar uma cidadã americana sem o devido processo legal", de acordo com um documento do tribunal emitido na sexta-feira (24).

Segundo o texto, o governo Trump não contesta os fatos, mas sustenta que a deportação da menina, identificada como V.M.L., ocorreu após um pedido expresso da mãe, que foi expulsa do país por não possuir documentação adequada.

O juiz reiterou que a lei proíbe a deportação de cidadãos americanos.

"O governo argumenta que isso é normal porque a mãe queria que a criança fosse com ela. Mas o tribunal não tem conhecimento disso", escreveu Doughty em seu despacho.

Segundo ele, a menina foi deportada junto com a mãe, originária de Honduras, depois que esta foi detida no início da semana pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, na sigla em inglês).

A decisão também chega em meio à batalha legal sobre um decreto que Trump firmou ao retornar à Casa Branca em janeiro que busca abolir o princípio constitucional de cidadania por direito de nascimento no território americano.

Tribunais federais bloquearam esse decreto e sua aplicação está suspensa em todo o país, mas a Suprema Corte vai revisar o tema em 15 de maio, um dia antes da audiência sobre o caso da menina.

Neste sábado, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, ofereceu apoio à mãe deportada.

"Ofereço todo o nosso apoio à mãe da menor nas decisões que tomar, e determinei o cumprimento das ordens do juiz" Doughty, escreveu a presidente na rede social X, sem especificar o paradeiro da mulher e sua filha.

Os advogados do pai da menina entraram com uma ação na quinta-feira pedindo a sua libertação.

Meios de comunicação americanos identificaram a mãe como Jenny Carolina López Villela.

Um dos casos mais notórios entre as deportações recentes é o de Kilmar Ábrego García, salvadorenho enviado por Washington para uma megaprisão em seu país de origem por um "erro administrativo". 

A Justiça americana decidiu que ele deve ser trazido de volta ao país, mas a medida não foi implementada.

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© Agence France-Presse

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