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Professor: Fux cede à pressão bolsonarista ao pedir pena menor a Débora

do UOL

Do UOL, em São Paulo

25/04/2025 18h16

O pedido de pena menor à cabeleireira Débora dos Santos, condenada a 14 anos de prisão após pichar a frase "perdeu mané" com um batom em uma estátua em 8 de janeiro, feito pelo ministro do STF Luiz Fux cede à pressão de bolsonaristas, afirmou o professor Cláudio Couto, cientista político da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no UOL News, do Canal UOL.

Evidentemente, a cabeleireira não era uma artífice do golpe, mas ela não estava ali por outra razão, que não fosse produzir o golpe. Então, a decisão do Fux me parece inverossímil e esquisita e cede a uma certa pressão que vem de certos setores da sociedade, do próprio bolsonarismo e toda a ninhada que está em volta do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cláudio Couto, cientista político da FGV

Em março, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou para condenar a cabeleireira Débora Rodrigues Santos. Ela é acusada de ter praticado pelo menos cinco crimes, entre eles, o de tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado (veja a lista de crimes abaixo). O ministro Luiz Fux, no entanto, pediu vista e o julgamento virtual foi suspenso.

Nesta sexta, o plenário retomou a votação. Foi aí que Fux votou para condenar Débora Rodrigues, mas a uma pena menor: de um ano e seis meses de reclusão. Em seu voto, o ministro declarou que ela já ficou presa por mais tempo do que a sentença proposta. O ministro Cristiano Zanin também propôs uma pena menor, de 11 anos.

Então, eu acho que a decisão de Zanin faz o meio de campo, que fica entre a dureza do Moraes e a leniência que está sendo demonstrada agora pelo Fux. De fato, trata-se da raia miúda do golpismo. Não são pessoas que articularam o golpe, mas são a massa de manobra e nem por isso deixam de ter a responsabilidade. Cláudio Couto, cientista político da FGV

Fux e Zanin, porém, foram vencidos na proposta de uma pena menor. A Primeira Turma do Supremo formou maioria hoje para condenar a cabeleireira a 14 anos de prisão.

A defesa de Débora diz que vai recorrer da condenação. Após o resultado, o advogado Hélio Júnior disse que "a condenação, baseada em premissas que desconsideram a ausência de provas individualizadas, será objeto de recurso oportuno, tendo em vista que não se comprovou qualquer conduta violenta ou adesão voluntária a atos de vandalismo ou golpe de Estado".

Cabeleireira está em prisão domiciliar

Débora Rodrigues Santos foi presa em março de 2023, após a realização da Operação Lesa Pátria e segue detida no interior de São Paulo. Os investigadores confirmaram a identidade dela graças aos registros fotográficos feitos no dia. A cabeleireira é acusada pela promotoria de ter cometido pelo menos cinco crimes. São eles:

  • associação criminosa armada;
  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • deterioração de patrimônio tombado.

Após repercussão do caso —principalmente, entre os bolsonaristas—, Moraes determinou, no final de março, que ela fosse para prisão domiciliar com aval favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República).

As condições impostas foram: ficar em casa com a família enquanto aguarda o fim de seu julgamento por participação nos atos golpistas; usar tornozeleira eletrônica; e proibida de usar as redes sociais e de dar entrevistas sem autorização do STF.

Bilenky: Prisão de Collor 'passa a régua' e manda recado para Bolsonaro

No UOL News, a colunista Thais Bilenky afirmou que a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, determinada na noite de ontem pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, "passa a régua" e serve como recado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Eu vejo [uma relação entre os casos Collor e Bolsonaro], sem dúvida. Eu acho que não há ponto sem nó nessa decisão. Thaís Bilenky, colunista do UOL

Collor foi preso ontem para cumprir pena de oito anos e dez meses por corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema na BR Distribuidora. A prisão foi determinada por Moraes, que rejeitou recursos contra a condenação, ocorrida em 2023. A prisão aconteceu às 4h, segundo seu advogado, quando Collor se deslocava para Brasília para cumprir a pena determinada.

A pena total de Collor, estabelecida pelo STF em 2023, é de oito anos e dez meses de prisão e 90 dias-multa. Desde então, a defesa de Collor e dos outros envolvidos apresentou embargos de declaração para esclarecer pontos do acórdão e rever alguns aspectos da condenação?

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