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'Vice-papa' e ligado à China: quem é o cardeal nº 1 em apostas e no ChatGPT

O cardeal Pietro Parolin, um dos cotados para assumir o pontificado, durante missa na Praça de São Pedro - Tiziana FABI/AFP
O cardeal Pietro Parolin, um dos cotados para assumir o pontificado, durante missa na Praça de São Pedro Imagem: Tiziana FABI/AFP
do UOL

Colaboração para o UOL*

23/04/2025 15h13

A morte do papa Francisco, cujo corpo está sendo velado no Vaticano, abriu espaço para especulações sobre quem será escolhido como o novo pontífice. Entre os nomes ventilados, um deles aparece como destaque em diferentes plataformas: Pietro Parolin é o favorito segundo o ChatGPT e o Polymarket, considerado o maior mercado de previsões do mundo.

Quem é Pietro Parolin

Parolin é italiano e tem 70 anos. Ele é visto como um candidato de compromisso entre os progressistas e conservadores na Igreja Católica.

Ordenado em 1980, Parolin entrou para o serviço diplomático do Vaticano em 1983. O cardeal atuou como secretário de Estado do papa Francisco desde o começo do papado de Jorge Bergoglio, em 2013. Além da posição estratégica que ocupa hoje na Cúria Romana, o cardeal conta com apoio relevante entre os europeus, os italianos e os setores moderados do Sul Global.

Pietro Parolin ao lado do caixão do papa Francisco - Vatican Media/ AFP - Vatican Media/ AFP
Pietro Parolin ao lado do caixão do papa Francisco
Imagem: Vatican Media/ AFP

Pietro é considerado "vice-papa" devido ao seu cargo na Igreja. Os secretários de Estado são semelhantes a um primeiro-ministro, ocupando o segundo lugar na hierarquia do Vaticano, atrás apenas do pontífice.

O cardeal também atuou no governo do papa Bento 16. Ele foi vice-ministro das Relações Exteriores e, em 2009, foi nomeado embaixador do Vaticano na Venezuela, onde defendeu a Igreja contra as tentativas de enfraquecê-la promovidas pelo então presidente Hugo Chávez.

Parolin foi o principal arquiteto da reaproximação do Vaticano com a China e o Vietnã. Os conservadores o atacaram devido a um acordo sobre a nomeação de bispos na China comunista. Ele defendeu o acordo dizendo que, embora não fosse perfeito, evitou um cisma e proporcionou alguma forma de comunicação com o governo chinês.

O italiano nunca se envolveu diretamente nas chamadas guerras culturais da Igreja sobre temas como aborto e direitos dos homossexuais. Porém, em uma ocasião ele condenou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, rotulando como "uma derrota para a humanidade".

Parolin defendeu o poder do Vaticano sobre os líderes de Igrejas locais. O cardeal criticou tentativas na Alemanha de permitir que padres abençoem simbolicamente casais do mesmo sexo. Segundo Parolin, as Igrejas locais não podem tomar decisões que acabem afetando todos os católicos.

Em meados de abril, Parolin recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance. Segundo o Vaticano, Parolin e Vance tiveram "conversas cordiais" que incluíram "uma troca de opiniões sobre a situação internacional". Entre os assuntos tratados, o debate se concentrou nos países afetados por guerras, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção especial a migrantes, refugiados e prisioneiros.

Caso seja escolhido como pontífice, Parolin devolverá o papado aos italianos após três papas não italianos consecutivos. João Paulo II era da Polônia; Bento 16, da Alemanha; e Francisco, da Argentina.

Favoritismo na IA e nas apostas

Para a inteligência artificial, Pietro Parolin é o nome mais bem cotado para o posto de papa. Em uma análise solicitada pela emissora francesa BFMTV ao ChatGPT, o italiano aparece com 27,6% de chances de ser escolhido no próximo conclave.

A avaliação do ChatGPT se baseia em cinco critérios principais. São eles: composição sociológica do colégio de cardeais eleitores, desejo de continuidade ou de ruptura; capacidade de governança e perfil diplomático dos candidatos, assim como idade, estado de saúde e corrente ideológica. A análise, feita a partir de critérios objetivos e sem o uso de artigos de imprensa tem o intuito de testar os limites da IA diante de um evento histórico.

Pietro Parolin lidera também a lista no Polymarket. Às 12h30 de hoje, o nome do cardeal concentrava 29% das apostas na plataforma. Confira abaixo os cinco primeiros nomes:

  • Pietro Parolin: 29%
  • Luis Antonio Tagle: 20%
  • Matteo Zuppi: 11%
  • Peter Turkson: 9%
  • Péter Erdö: 8%
*Com informações da Reuters

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