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'Irmãzinha' de Jesus: quem é amiga do papa que quebrou regras de velório

do UOL

Do UOL, em São Paulo

23/04/2025 17h21Atualizada em 23/04/2025 19h43

A freira Geneviève Jeanningros chamou atenção hoje ao quebrar o protocolo e se aproximar do caixão do amigo, o papa Francisco.

Quem é Geneviève Jeanningros?

Nascida na França, a freira tem 81 anos e faz parte da Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus. Fundada pela irmã Madalena de Jesus em 1939, na Argélia, a congregação segue os ideais do religioso Charles de Foucauld: "o Evangelho vivido, a pobreza total e, sobretudo, o amor".

Geneviève trabalha diretamente com minorias. A irmã vive em um trailer com pessoas que trabalham no Luna Park, no bairro costeiro de Ostia, em Roma. Entre elas, estão pessoas LGBTQIAP+ (em especial mulheres trans) e de baixa renda.

A religiosa conhecia o papa Francisco há algum tempo. Depois que ele foi eleito, ela escreveu contando a história de sua tia, a missionária Léonie Duquet, que desapareceu durante a ditadura na Argentina. Desde então, eles nunca pararam de se corresponder. Em um encontro com artistas de rua, Francisco até desejou feliz aniversário a ela. "Sim, nos queremos bem", disse o pontífice à época.

Um encontro marcante entre a freira e o papa ocorreu no ano passado. Em junho, ela foi à Audiência Geral do Vaticano acompanhada de um grupo diverso, formado por homossexuais, transexuais, um casal de catequistas e uma jovem que atua na Pastoral Carcerária com a população trans no presídio de Rebibbia.

irmã trans papa - Divulgação/Vatican Media - Divulgação/Vatican Media
5.junho.2024 - Irmã Geneviève Jeanningros acompanha mulher trans em encontro com o papa Francisco
Imagem: Divulgação/Vatican Media

"O Papa nos acolheu. Nem sei como descrever isso!", recordou a religiosa em entrevista ao Vatican News. A partir desse momento, se iniciou uma troca constante de bilhetes, cartas e até empanadas feitas pelas mulheres trans argentinas da comunidade da freira, que o papa Francisco apreciava muito.

Elas o querem muito bem porque é a primeira vez que pessoas trans e gays são acolhidas por um papa. O agradeceram porque finalmente encontraram uma Igreja que foi ao encontro delas.
Irmã Geneviève Jeanningros

A irmã Geneviève não conhece pessoalmente todos aqueles com quem convive em sua missão — e nem faz questão de saber detalhes sobre suas vidas. "Não, eu não pergunto", afirmou a religiosa ao ser questionada sobre a orientação sexual das pessoas com quem trabalha. O que realmente importa para ela é seguir o caminho indicado por Charles de Foucauld: "ir aonde a Igreja tem mais dificuldade de ir".

Geneviève ia à Praça São Pedro todas as quartas-feiras para cumprimentar Francisco. Em todas essas visitas, ela proporcionava o encontro do papa com grupos diversos de pessoas que iam ao Vaticano.

Nestes mundos vemos passar pessoas de todos os tipos e o coração se abre, somos pessoas humanas, não se pode ter um julgamento restrito.
Irmã Geneviève Jeanningros

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