Israel mantém silêncio após morte de Francisco; papa era crítico da situação humanitária em Gaza
A morte do papa Francisco tem provocado poucas reações em Israel. Apesar do presidente Isaac Herzog ter sido um dos primeiros líderes a lamentar a morte do pontífice, ele continua sendo o único representante do alto escalão a apresentar condolências. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu permanece em silêncio.
Netanyahu, habitualmente muito ativo nas redes sociais, não publicou nenhuma mensagem desde o anúncio do falecimento do papa na segunda-feira (21).
O presidente Herzog foi um dos primeiros líderes do mundo a reagir na segunda-feira à morte do pontífice, elogiando "um homem de profunda fé e compaixão infinita".
Porém, Netanyahu e seus principais ministros não seguiram o exemplo.
O ministério das Relações Exteriores de Israel publicou uma mensagem no X com a frase "Que descanse em paz", mas rapidamente a apagou, informou a imprensa israelense.
O silêncio provocou incômodo entre os diplomatas israelenses em países de maioria católica, segundo o portal de notícias Ynet.
Relações deterioradas
As relações entre a Santa Sé e Israel se deterioraram após o ataque sem precedentes do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023 e a posterior ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
O papa Francisco expressou reiteradas críticas à guerra em Gaza, o que irritou as autoridades israelenses. Em sua mensagem de Páscoa no domingo, ele voltou a denunciar a "dramática situação humanitária" nesse território.
"Israel não deve enviar um representante ao funeral do papa Francisco", publicou no X o ex-embaixador israelense na Itália Dror Eydar.
Em um artigo publicado no jornal gratuito Israel Hayom, Eydar afirmou que o falecido papa "foi em grande parte responsável pelo aumento do antissemitismo no mundo desde o 7 de outubro".
O ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou nesta quarta-feira à AFP que Israel estará representado no funeral por seu embaixador no Vaticano, Yaron Zeidman.
(Com AFP)