Imprensa francesa destaca luta frustrada do papa Francisco para modernizar Igreja Católica
Os jornais franceses destacam nesta terça-feira (22) o legado do pontificado de Francisco, o papa argentino que "veio de longe", segundo o Libération, e marcou o mundo por seu "engajamento ao lado dos pobres, dos migrantes e do meio ambiente". Ao mesmo tempo, o jesuíta decepcionou muitos cristãos em relação a reformas de modernização da Igreja. Le Parisien publica uma lista de cinco nomes nomes cotados para a sucessão do líder religioso.
Os jornais franceses destacam nesta terça-feira (22) o legado do pontificado de Francisco, o papa argentino que "veio de longe", segundo o Libération, e marcou o mundo por seu "engajamento ao lado dos pobres, dos migrantes e do meio ambiente". Ao mesmo tempo, o jesuíta decepcionou muitos cristãos em relação a reformas de modernização da Igreja. Le Parisien publica uma lista de cinco nomes nomes cotados para a sucessão do líder religioso.
Em seu editorial, o jornal Libération diz que Francisco foi uma das poucas vozes capazes de "fissurar a camisa de força" que envolve a Igreja há séculos. Na avaliação desse diário progressista, sob a direção de Francisco a Igreja se mostrou mais aberta à urgência ecológica, ao sofrimento do mundo e dos migrantes, o que já é um feito enorme. A instituição se tornou mais tolerante com os homossexuais, mas continuou fechada ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à ordenação de homens casados ??ou à permissão do aborto.
Para o Libération, o jesuíta argentino, mais do que outros papas, tratou "com severidade os casos de abuso e violência sexual", mas de uma forma ainda insuficiente diante do "número vertiginoso de denúncias". Em resumo, Francisco tentou modernizar a Igreja, mas enfrentou forte resistência no Vaticano.
Com uma imagem de capa de despedida, o diário conservador Le Figaro dá "Adeus" ao papa em sua manchete, publicando uma foto em que Francisco aparece com um sorriso radiante, sob o céu azul de Roma e a fachada da Basílica de São Pedro ao fundo. O Le Figaro questiona, em seu editorial, se ele conseguiu "consertar" a Igreja. E responde: "Esse homem, dotado de uma voz profética, pelo menos tentou sacudir energicamente uma casa que ele considerava adormecida". "De maneira incansável, mesmo enfraquecido, o papa Francisco nunca se resignou", conclui.
Cotados para a sucessão no Vaticano
O Le Parisien foi um dos primeiros jornais franceses a exibir as imagens do corpo do papa no caixão de madeira e zinco, que ele mesmo escolheu. Assim como outras publicações, o diário evoca os cardeais mais cotados para a sucessão. Dos 135 cardeais que participarão do conclave, 108 foram nomeados por Francisco. O vencedor precisa reunir dois terços dos votos, ou seja, 90 vozes.
Na lista de "papáveis" publicada pelo Le Parisien, o número 2 do Vaticano, Pietro Parolin, 70 anos, ocupa a posição de favorito. Depois, o patriarca de Jerusalém, arcebispo Pierbattista Pizzaballa, 60 anos, poderia ser uma personalidade interessante diante da atual situação no Oriente Médio, explica o jornal.
Na sequência da lista aparecem o filipino Luis Antonio Tagle, 67 anos, o arcebispo de Bolonha, Matteo Maria Zuppi, 69 anos, e o arcebispo de Marselha, Jean-Marc Aveline, 66 anos.