Europeus apontam para EUA pontos inegociáveis em acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, diz ministro francês
PARIS (Reuters) - As potências europeias disseram aos Estados Unidos na semana passada quais aspectos de um possível acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia não seriam negociáveis para elas, antes de uma nova rodada de discussões na quarta-feira, disse o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot.
A Ucrânia, os EUA, a França, o Reino Unido e a Alemanha realizaram na quinta-feira em Paris suas primeiras conversas conjuntas desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou ao poder, compartilhando seus pontos de vista sobre formas de acabar com a guerra de mais de três anos.
Altos funcionários, incluindo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, se reunirão novamente em Londres na quarta-feira.
"O único objetivo que nos preocupa é defender os interesses franceses e a segurança europeia. É por isso que, quando os EUA decidem se colocar em uma posição de mediador, nós os fazemos ouvir quais são as nossas 'linhas vermelhas'", disse Barrot à rádio Franceinfo nesta terça-feira, referindo-se a questões sobre as quais os líderes europeus não querem ceder. Ele não entrou em detalhes.
Perguntado se acha que a afirmação de Trump de que um acordo de paz poderia ser anunciado esta semana é confiável, Barrot disse que isso dependia do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"Acho que a trégua (de Páscoa) que ele (Putin) decretou de forma um tanto surpreendente foi uma operação de marketing, uma operação de sedução com o objetivo de evitar que o presidente Trump ficasse impaciente", disse Barrot.
Apesar das repetidas violações da trégua, ele disse que houve pelo menos uma queda na intensidade em relação aos drones e mísseis de longo alcance, o que talvez possa abrir a porta para uma nova trégua.
(Reportagem de John Irish)