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Fiéis vão à Catedral da Sé, em SP, após morte do papa: 'Estamos sem pastor'

Imagem do Papa Francisco foi colocada no altar da Catedral da Sé; missa em homenagem ao pontífice será celebrada na tarde de hoje - Bruno Luiz/UOL
Imagem do Papa Francisco foi colocada no altar da Catedral da Sé; missa em homenagem ao pontífice será celebrada na tarde de hoje Imagem: Bruno Luiz/UOL
do UOL

Do UOL, em São Paulo

21/04/2025 10h30Atualizada em 21/04/2025 15h14

Fiéis compareceram à Catedral da Sé, no centro de São Paulo, para homenagear o papa Francisco após a notícia da morte do pontífice, aos 88 anos, na manhã de hoje.

O que aconteceu

Homenagem no altar. Uma foto do papa foi colocada no templo nesta manhã, onde o Arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, conduziu a missa da Oitava de Páscoa. Dom Odilo afirmou que Francisco deixou a lição de que não se pode "descartar a pessoa humana", lembrou que o papa não escondeu suas fragilidades e que prestou "serviço total à igreja".

Carla Brandão, 27, afirma que o papa Francisco foi um respiro pra igreja Católica - Bruno Luiz/UOL - Bruno Luiz/UOL
Carla Brandão, 27, afirma que o papa Francisco foi um respiro pra igreja Católica
Imagem: Bruno Luiz/UOL

Alguns dos presentes resolveram prestar homenagens mesmo estando distantes da Igreja Católica. Uma dessas pessoas é a designer gráfica Carla Brandão, 27. "Eu cresci católica, mas depois de adolescente me afastei por ser LGBT. Gostava muito do papa. Ele era muito ligado a causas sociais. Ele era uma figura mais aberta, trazia um rosto novo pro catolicismo, que sempre foi uma religião 'séria'.", afirma.

Também impactado pela morte de Francisco, Felipe Santos, 27, foi à igreja após sete anos. "Mesmo em um âmbito tão conservador, ele se posicionava politicamente. Ele era um papa franciscano. Olhava para os pobres. Trouxe discussões para a igreja, pro público, que antes eram muito fechadas", afirma.

"Homem de fé, que propagou a paz". A gerente Tatiana Ribeiro, 41, disse que sempre vai lembrar de Francisco como alguém que não fazia distinção entre as pessoas. "Ele falou de amor, independente de raça, de sexualidade, religião. Foi o primeiro papa que eu ouvi falando sobre isso. Esse é o verdadeiro amor, não julgar as pessoas. Acho que foi o melhor Papa dos últimos tempos", disse.

Tatiana Ribeiro, 41, foi à Catedral da Sé, em São Paulo, após a morte do Papa Francisco - Bruno Luiz/UOL - Bruno Luiz/UOL
Tatiana Ribeiro, 41, foi à Catedral da Sé, em São Paulo, após a morte do Papa Francisco
Imagem: Bruno Luiz/UOL

"Estávamos confiantes de que ele ia ficar melhor". Católica praticante e frequentadora de missas, a escrevente Regina Calegari, 59, também foi homenagear o Papa na Catedral da Sé. Ao UOL, ela contou que ficou esperançosa ao ver a aparição de Francisco ontem, na missa de Páscoa da Basílica de São Pedro.

Lamento muito pela perda. Uma grande perda. Estamos sem pastor. Esperamos que (o próximo papa) seja alguém que continue alguém com o pensamento dele.
Regina Calegari, ao UOL

"A gente reza para que venha um na mesma linha". A assistente social Edineia Maria Massarioli, 53, também fez coro ao desejo de um novo papa tão progressista quanto Francisco. "Ele pensava em todos, pedindo muita paz, não discriminava. Tinha um carisma especial. Vai fazer bastante falta", afirma.

Presente do papa foi exibido aos fieis

Padre Julio Lancelotti mostra solideu catedral da Sé  - Bruno Luiz/UOL - Bruno Luiz/UOL
Padre Julio Lancelotti mostra solideu catedral da Sé
Imagem: Bruno Luiz/UOL

Após a missa, o padre Júlio Lancelotti apresentou um presente que Francisco enviou para a Pastoral do Povo de Rua de São Paulo. Júlio percorreu a Catedral com o solidéu, uma espécie de pequeno chapéu usado por Francisco, para que os fiéis pudessem tocá-lo. Quem acompanhou a missa também posou para fotos em frente ao quadro com a imagem do papa que foi colocado próximo ao altar da Catedral.

Dona Berenice Santos, 78, ficou emocionada ao tocar no solidéu. Ela acredita que o presente é uma representação do que foi o papado de Francisco, marcado, na sua opinião, pela preocupação com os mais pobres. "Ele chegava próximo da gente, ia lá na pobreza. Ele procurava os humildes, fazer um contato corpo a corpo", disse Berenice, que definiu Francisco como um "santo da humanidade".

Morte do papa Francisco

Vaticano confirmou a morte de Jorge Mario Bergoglio, 88, na manhã de hoje. Ele morreu após sofrer uma parada cardíaca em decorrência de AVC.

Ele estava em processo de recuperação de uma doença. O papa passou 37 dias internado em um hospital de Roma após um quadro de bronquite e pneumonia. Ao receber alta, ele foi orientado a repousar por dois meses.

Apesar da orientação, Francisco fez uma sequência de aparições públicas na Semana Santa. Além de saudar fiéis, ele recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos e visitou um presídio de Roma.

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