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Deportações, bate-boca com Zelensky: como foram os primeiros 100 dias do mandato de Trump

Donald Trump tomou posse como 47º presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro - REUTERS/Kevin Lamarque/Pool
Donald Trump tomou posse como 47º presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque/Pool

21/04/2025 09h53

Desde que voltou à Casa Branca, o presidente Donald Trump virou a política externa dos Estados Unidos de cabeça para baixo, sacudiu os mercados financeiros e transformou o Salão Oval no cenário de uma sucessão de acontecimentos.

Confira a seguir dez momentos-chave dos primeiros 100 dias do segundo mandato de Trump na Presidência americana.

20 de janeiro de 2025: uma enxurrada de decretos

Trump assina decretos no Salão Oval após tomar posse; textos incluem perdão a 1.500 invaores do Capitólio - Carlos Barria/REUTERS - Carlos Barria/REUTERS
Trump assina decretos no Salão Oval após tomar posse; textos incluem perdão a 1.500 invaores do Capitólio
Imagem: Carlos Barria/REUTERS

Trump assina um recorde de 26 decretos em seu primeiro dia de volta ao Salão Oval.

Suas primeiras medidas deram o tom de seu novo mandato, com a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde e o perdão aos agitadores que invadiram o Capitólio, sede do Legislativo americano, quatro anos antes.

4 de fevereiro: Trump propõe tomar Gaza

Trump recebeu Netanyahu na chegada do israelense à Casa Branca - Jim Watson/AFP - Jim Watson/AFP
Trump recebeu Netanyahu na chegada do israelense à Casa Branca
Imagem: Jim Watson/AFP

Durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Trump diz que a Faixa de Gaza, devastada pela guerra, lar de mais de dois milhões de palestinos, poderia se tornar "a Riviera do Oriente Médio".

Três semanas depois, ele publicou um vídeo criado com inteligência artificial que mostrava uma Gaza imaginária transformada em um balneário em sua homenagem.

12 de fevereiro: Trump, Musk e seu filho recebem a imprensa

Elon Musk e seu filho, X Æ A-Xii, no Salão Oval da Casa Branca junto ao presidente dos EUA, Donald Trump - Jim WATSON / AFP - Jim WATSON / AFP
Elon Musk e seu filho, X Æ A-Xii, no Salão Oval da Casa Branca junto ao presidente dos EUA, Donald Trump
Imagem: Jim WATSON / AFP

Elon Musk, o aliado bilionário de Trump, e seu filho pequeno se juntam ao presidente em uma coletiva de imprensa no Salão Oval.

Musk, à frente dos esforços de cortes de custos no chamado Departamento de Eficiência Governamental —a agência Doge— rejeita as críticas de falta de transparência e possíveis conflitos de interesse.

Seu filho —cujo nome completo é X Æ A-Xii— murmura e se contorce durante sua fala.

12 de fevereiro: Trump tira Putin da geladeira

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin , e dos EUA, Donald Trump, se cumprimentam no G20, em  Osaka, em foto de 2019 - Kevin Lamarque/Reuters - Kevin Lamarque/Reuters
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin , e dos EUA, Donald Trump, se cumprimentam no G20, em Osaka (Japão)
Imagem: Kevin Lamarque/Reuters

Trump acabou com anos de isolamento diplomático de Vladimir Putin com uma conversa por telefone de 1h30 com o presidente russo.

Um segundo telefonema se seguiu em 28 de fevereiro, assim como algumas reuniões EUA-Rússia, das quais as potências foram excluídas. Até agora, a reaproximação resultou em duas trocas de prisioneiros entre os dois países.

14 de fevereiro: Vance dá sermão na Europa

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, discursa durante a 61ª Conferência de Segurança de Munique  - Thomas Kienzle/AFP 14.fev.2025 - Thomas Kienzle/AFP 14.fev.2025
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, discursa durante a 61ª Conferência de Segurança de Munique
Imagem: Thomas Kienzle/AFP 14.fev.2025

Durante a Conferência de Segurança de Munique, o vice-presidente JD Vance chocou os líderes europeus, aos quais repreendeu por restringirem a liberdade de expressão, dizendo-lhes para "aumentar" os investimentos em defesa e criticando-os sobre a imigração.

Suas declarações duras, assim como outras que se seguiram da administração Trump, sinalizam um fim das antigas certezas transatlânticas a respeito do apoio americano à Europa.

28 de fevereiro: Zelensky humilhado

28.fev.2025 - Trump e Zelensky discutem no Salão Oval - SAUL LOEB / AFP - SAUL LOEB / AFP
28.fev.2025 - Trump e Zelensky discutem no Salão Oval
Imagem: SAUL LOEB / AFP

Durante um encontro tenso na Casa Branca, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, é submetido, diante das câmeras, a um ataque verbal de Trump e Vance, que o critica por sua falta de gratidão pelo apoio americano na guerra que a Ucrânia trava com a Rússia.

"Trump e Vance estão fazendo o trabalho sujo de Putin", publicou nas redes sociais o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.

7 de março: Trump ataca as universidades

Professores da Universidade de Columbia protestam contra governo de Donald Trump - Jamil Chade - Jamil Chade
Professores da Universidade de Columbia protestam contra governo de Donald Trump
Imagem: Jamil Chade

O governo Trump acusa várias universidades de serem tolerantes com o antissemitismo durante as manifestações nos campi denunciando a guerra de Israel em Gaza.

Ele cortou US$ 400 milhões (R$ 2,3 bilhões) em subvenções federais da Universidade de Columbia, alegando que a instituição deu apoio a "o assédio persistente de estudantes judeus" após os protestos anti-israelenses.

Mais recentemente, ele congelou US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) em fundos federais para a Universidade de Harvard, ameaçando retirar seu status de isenção de impostos como instituição sem fins lucrativos, depois que o centro de ensino se opôs a se submeter à vigilância governamental.

15 de março: deportações em massa para El Salvador

O presidente dos EUA, Donald Trump, recebe o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, para reunião bilateral na Casa Branca, em Washington - Roberto Schmidt - 14.abr.25/AFP - Roberto Schmidt - 14.abr.25/AFP
O presidente dos EUA, Donald Trump, recebe o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, para reunião bilateral na Casa Branca, em Washington
Imagem: Roberto Schmidt - 14.abr.25/AFP

O governo Trump recorreu a uma obscura lei de tempos de guerra para justificar a deportação de mais de 200 supostos membros de gangues, enviados para uma prisão de segurança máxima em El Salvador.

Contestado na justiça, o caso chegou à Suprema Corte. O Executivo se recusou a voltar atrás e um juiz federal agora diz que há uma "causa provável" de cometimento de desacato judicial por parte da administração por ignorar uma ordem para suspender as deportações.

26 de março: os EUA deveriam tomar a Groenlândia

Trump reforça os comentários feitos em dezembro de que os Estados Unidos precisam da Groenlândia e se recusa a descartar o uso da força dois dias antes de uma visita do vice-presidente Vance com sua esposa à ilha, um território autônomo dinamarquês.

"Nós precisamos da Groenlândia para a segurança internacional..," afirmou. "Temos que tê-la", acrescentou.

Líderes dinamarqueses reagem rapidamente e Vance acaba não se reunindo com membros da sociedade groenlandesa, restringindo sua visita à base militar americana instalada lá.

2 a 9 de abril: Trump inicia a guerra tarifária

O presidente dos EUA, Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca em 7 de abril de 2025 em Washington, DC  - Kevin Dietsch/Getty Images/AFP - Kevin Dietsch/Getty Images/AFP
Em 2 de abril, Trump anunciou uma nova onda de tarifas contra dezenas de países, aliados e rivais
Imagem: Kevin Dietsch/Getty Images/AFP

Em 2 de abril, Trump anuncia uma nova onda de tarifas contra dezenas de países, aliados e rivais, acusando-os de tirar vantagem dos Estados Unidos, levando muitos afetados a adotarem aumentos de taxas retaliatórios.

Em 9 de abril, dia em que o 'tarifaço' deveria entrar em vigor, Trump anuncia uma pausa de 90 dias para todas as tarifas, exceto as dirigidas à China, que ele eleva para 145% —que podem chegar a 245% para alguns produtos, incluindo carros elétricos.

A crise sacudiu os mercados globais, fez o preço do ouro disparar e afetou o valor do dólar.

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