Investigação revela má conduta de soldados israelenses na morte de médicos na Faixa de Gaza
Uma investigação sobre as mortes de 15 médicos na Faixa de Gaza, ocorridas em março passado, concluiu que soldados israelenses tiveram má conduta profissional e desobedeceram ordens, sem tentativa de acobertamento, informou o Exército israelense neste domingo (20).
A investigação, conduzida por oficiais israelenses, "não encontrou evidências para apoiar as alegações de execução". "A investigação revelou vários casos de má conduta profissional, desobediência a ordens e falha em explicar completamente o incidente", acrescentou o exército. O oficial que comandou a unidade em terra naquele dia será dispensado de suas funções.
Quinze paramédicos e equipes de resgate foram mortos a tiros em 23 de março, perto da cidade de Rafah, no sul de Gaza, e enterrados em uma cova rasa. Seus corpos foram encontrados uma semana depois por autoridades das Nações Unidas e do Crescente Vermelho Palestino.
A investigação apontou que os disparos nos dois primeiros incidentes ocorreram devido a um mal-entendido operacional por parte das tropas, que acreditavam estar enfrentando uma ameaça de forças inimigas. O terceiro incidente envolveu desobediência a ordens em uma situação de combate, acrescentou o comunicado.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), um subcomandante ordenou que as tropas abrissem fogo contra indivíduos que saíam de veículos posteriormente identificados como um caminhão de bombeiros e ambulâncias.
Uma hora antes, soldados haviam disparado contra outro veículo, que acreditavam pertencer ao Hamas, após o vice-comandante perceber uma ameaça. O subcomandante não conseguiu identificar os veículos do segundo incidente como ambulâncias devido à má visibilidade noturna.
Um vídeo recuperado do celular de uma das vítimas, divulgado pelo Crescente Vermelho Palestino, mostra paramédicos uniformizados, ambulâncias e caminhões de bombeiros claramente identificados, com luzes piscando, sendo alvejados por soldados.
(Com AFP)