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Não é o corpo de Cristo: evitar carne na Sexta-Feira Santa tem outro motivo

Sexta Santa marca abstinência de carne para os católicos - Getty Images/iStockphoto
Sexta Santa marca abstinência de carne para os católicos Imagem: Getty Images/iStockphoto
do UOL

Colaboração para o UOL

18/04/2025 05h30

A Sexta-Feira Santa é uma data de tradicional abstinência de carne para os católicos. A recomendação aos fiéis não tem relação com a representação do "corpo de Cristo", ao contrário de uma ideia popular, mas, sim com ideias de compaixão e reflexão.

Por que não comer carne?

A abstinência é um incentivo à prática da caridade. A carne sempre foi um alimento caro e, por meio da abstinência, os fiéis são levados a colocar em prática a caridade e ajudar outras pessoas.

A privação de carnes deve vir aliada, portanto, de reflexão e não somente da restrição no cardápio. Neste sentido, além da abstinência, a igreja também recomenda oração, um pouco mais de silêncio e recolhimento, contendo um pouco a euforia.

Alguns transformaram a Sexta-Feira Santa em uma peixada, dia de comer peixes nobres. Temos é de fazer a lembrança, reflexão espiritual. É um dia para que o corpo reze. Enquanto padre, sempre recordo que não é o dia da peixada. É dia de comer pouco. Anderson Batista Monteiro, padre e professor do departamento de Teologia da PUC-RJ

É pecado comer carne vermelha? Caso a pessoa coma uma carne que não seja peixe na Sexta-Feira Santa, a opinião dos padres varia e não há consenso se a prática é um pecado. A abstinência de carne é uma norma que favorece a espiritualidade e não está nos Dez Mandamentos.

Ao rememorarem a crucificação de Jesus, católicos revivem o ato que marca, segundo a Bíblia, a morte daquele que buscou libertar a humanidade de seus pecados. Para os seguidores de Jesus Cristo, a Sexta-Feira Santa é o dia em que Jesus foi crucificado e morto. Já a Páscoa celebra a ressurreição de Cristo.

A Semana Santa foi estabelecida pelos primeiros cristãos para relembrar os últimos passos de Jesus na Terra. No início, os cristãos celebravam tudo de uma vez só, aos domingos, como a Páscoa.

A partir do século 4º, os cristãos que viviam em Jerusalém decidiram celebrar a Semana Santa de forma separada, dando origem à tradição atual. A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, que é o domingo antes da Páscoa e marca a entrada de Jesus em Jerusalém.

Na quinta-feira, ocorreu a Última Ceia de Jesus, quando ele lavou os pés dos discípulos. Na sexta-feira, foi realizada a crucificação de Jesus. Já no domingo, ocorreu a ressurreição.

Fontes: Anderson Batista Monteiro, padre e professor do departamento de Teologia da PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro. Fabio de Souza Balbino, padre e professor do departamento de Teologia da PUC-Rio.

*Com informações de texto publicado em 06/04/2023

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