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Rede de cafeterias premium tem meta de abrir 20 lojas este ano; 10 em SP

Joshua Stevens e Luciana Melo abriram o Café Cultura em 2004 - Divulgação
Joshua Stevens e Luciana Melo abriram o Café Cultura em 2004 Imagem: Divulgação
do UOL

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/04/2025 05h30

Com 44 unidades no Sul do país, o Café Cultura iniciou seu plano de expansão para o Sudeste. Já tem 5 unidades no Rio de Janeiro e 4 em São Paulo. A meta é abrir mais 20 unidades este ano, sendo 10 em São Paulo. As demais serão abertas nos estados de Minas, Espírito Santo e Goiás, além do Distrito Federal.

Como o negócio foi criado

O Café Cultura é uma rede de cafeterias focada em cafés especiais. A empresa foi criada em 2004, em Florianópolis (SC), por Luciana Melo, 46, e seu marido, o americano Joshua Stevens, 52.

Os dois se conheceram durante um intercâmbio de Luciana na Califórnia (EUA). De volta ao Brasil, o casal se estabeleceu em Florianópolis. "Eu já viajava muito para Florianópolis no verão. Então, quando nós voltamos da Califórnia, decidimos começar a vida no Brasil em um lugar que eu gostaria de morar. Floripa é a nossa Califórnia brasileira", diz Luciana. Lá, ela começou a trabalhar em uma agência de publicidade na área de planejamento e ingressou em um curso de MBA em marketing.

Compra de cafeteria. Neste meio tempo, Luciana engravidou e, para complementar a renda, ela e o marido decidiram comprar uma cafeteria à venda na Lagoa da Conceição, um bairro turístico da cidade. Foi ali que nasceu o Café Cultura. O investimento inicial não foi informado.

Plano de expansão é abrir 20 lojas

Hoje, a rede tem 53 unidades em operação. São 44 na região Sul, 5 no Rio de Janeiro (sendo 4 na capital e 1 em Niterói) e 4 em São Paulo (2 na capital, nos bairros de Moema e Vila Nova Conceição, e 2 no interior, em Piracicaba e Campinas). Apenas duas são próprias: uma em Florianópolis e a unidade de Vila Nova Conceição, em São Paulo.

Para 2025, a meta é abrir mais 20 franquias. Serão 10 em São Paulo (uma delas será aberta na avenida Paulista em junho) e outras 10 nos estados de: Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás, além do Distrito Federal.

A nossa expansão é feita em espiral. Geograficamente, a gente vai crescendo, 'subindo o mapa'. Agora, o foco maior é São Paulo.
Luciana Melo, CEO do Café Cultura

Uma franquia da marca custa a partir de R$ 330 mil. São três modelos de negócio: Me Leva (área mínima de 40m²), Todo Dia (área mínima de 80m²) e Encontros (área mínima de 120m²).

Cafés especiais no cardápio

Cold Brew - Divulgação - Divulgação
Cold Brew é a marca de café gelado do Café Cultura
Imagem: Divulgação

Os principais produtos são os cafés especiais e as bebidas à base de café. Também há tortas, cookies, brownies, bolos, waffles, cinnamon rolls e até opções brunch americano, no cardápio.

Quem são os fornecedores? Os grãos de café são provenientes de fazendas de café do sul de Minas Gerais e da região da Alta Mogiana, em São Paulo. "Os cafés especiais são aqueles que têm como características principais a alta qualidade dos grãos e o rigoroso processo produtivo, que vai desde o plantio até a torrefação", diz Luciana.

Tem marca própria de café gelado: a Cold Brew. É pronto para beber. Custa R$ 16,00 (embalagem de 250ml). Segundo Luciana, a Cold Brew é produzida com o blend da casa, em um processo de 12 horas de infusão a frio.

Sustentabilidade da marca. Luciana diz que todo produto da marca tem sua origem rastreada, e as fazendas produtoras são visitadas regularmente. "Aqui, todo resíduo é aproveitado. As cascas do café são usadas para compostagem, os galhos viram bandejas e pratos de bolo, e as sacas de juta dão origem aos lustres das lojas", afirma.

Apoio ao trabalho de mulheres. A empresa tem, diz ela, uma preocupação de fomentar e apoiar o trabalho feminino. Para isso, o Café Cultura vende em suas lojas o café especial "Delas", produzido com grãos oriundos de dez produtoras mulheres. "Estamos na 10ª edição, e cada edição vem de uma produtora mulher", declara. Um pacote de 250g do "Delas" custa R$ 75.

Em 2024, a empresa faturou R$ 80 milhões. O lucro não foi revelado.

Atenção ao padrão de qualidade das lojas

Pilares da empresa agregam valor ao negócio. Ao focar na qualidade do produto, em ações de sustentabilidade e na valorização do produtor, o Café Cultura agrega valor ao seu negócio. É o que diz Aldo Batista Jr., consultor de negócios do Sebrae-SP.

Empresa tem propósito claro. "O pilar da qualidade, com o rastreamento do café, desde a produção até a entrega nas lojas, traz segurança ao cliente. A sustentabilidade que a empresa faz no aproveitamento do produto e a valorização do produtor, com o empreendedorismo feminino, são outros pilares que deixam claro o propósito da empresa", afirma.

Outro ponto a favor é o ambiente moderno e 'instagramável'. "A empresa conhece o seu público-alvo, ao oferecer cafés especiais de regiões produtoras tradicionais, como o sul de Minas. A clientela tem identidade com a marca. Mas ter lojas com ambientes descolados atrai também consumidores mais jovens", diz o consultor.

Cuidado na escolha dos franqueados e, principalmente, com a auditoria das lojas. "Em um processo de expansão, é preciso ter franqueados alinhados ao propósito da marca e sempre monitorar as lojas, para garantir o padrão de qualidade e de atendimento", afirma Batista Jr.

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