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Um em cada dez brasileiros vive em ruas sem pavimentação, diz IBGE

Via sendo pavimentada  - iStock
Via sendo pavimentada Imagem: iStock
do UOL

Do UOL, em São Paulo

17/04/2025 10h00

No Brasil, mais de 19,5 milhões de pessoas vivem em vias não pavimentadas e enfrentam problemas de mobilidade urbana e segurança por conta disso. A informação foi divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com dados coletados no Censo 2022.

O que aconteceu

Eram 19.527.476 pessoas residindo em ruas, avenidas e estradas não pavimentadas no Brasil, segundo o Censo 2022. Por outro lado, 88,5% (154.147.991) da população brasileira tinham acesso a alguma espécie de pavimentação em suas vias.

Sete estados brasileiros apresentaram menos de 80% de seus moradores residindo em vias pavimentadas, segundo o IBGE. Na outra ponta, seis estados tinham mais de 90% de sua população residindo em ruas, avenidas e estradas com alguma pavimentação.

A pesquisa apresenta diferenças regionais na proporção de pessoas em vias pavimentadas. Os estados do Norte concentraram o maior percentual de pessoas residindo em lugares sem devida pavimentação.

Estados com menos de 80% de seus moradores residindo em áreas pavimentadas, segundo o Censo 2022:

  • Pará: 69,3%
  • Rondônia: 70,4%
  • Amapá: 71,9%
  • Pernambuco: 76,3%
  • Maranhão: 77,5%
  • Tocantins: 79,1%

Por outro lado, estados do Sudeste e Sul apresentaram mais de 90% de seus moradores residentes em vias pavimentadas. São Paulo lidera a lista dos estados com maior fatia da população com regularidade de pavimentação nas ruas, avenidas e estradas.

  • São Paulo: 96,0%
  • Minas Gerais: 95,3%
  • Distrito Federal: 94,2%
  • Goiás: 94,0%
  • Paraná: 91,8%
  • Espírito Santo: 91,3%

Os resultados para as "Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios" foram divulgados hoje. As informações foram coletadas pelo IBGE no Censo 2022.

A pavimentação pode ser asfáltica, por paralelepípedo e por outras modalidades de calçamento. Para metodologia de pesquisa, a via precisava ter, durante o Censo 2022, ao menos 50% de sua extensão pavimentada.

Em 2010, o levantamento considerava como pavimentada qualquer via com pelo menos um trecho asfaltado ou calçado. Por este motivo, não é possível uma comparação estatística entre os dois levantamentos.

As cidades com mais de cem mil habitantes com piores situações em relação a pavimentação tinham menos de 45% de seus moradores com acesso ao asfaltamento. São elas: Araruama-RJ (30,1%), Santarém-PA (37,6%) e Teixeira de Freitas-BA (43,3%).

Poços de Caldas-MG (99,8%), Jaú-SP (99,7%) e Sertãozinho-SP (99,7%) foram as concentrações urbanas com melhores resultados referente a pavimentação. No balanço do Censo 2022, cidades do Sudeste apresentaram maior proporção de pessoas residindo em locais com asfalto ou calçamento.

Presença de calçadas

Cerca de 26,4 milhões de pessoas moravam em domicílios que não contam com calçadas ou passeios. Isto é, 16% da população brasileira sofre com a ausência do recurso para transitarem em suas ruas, avenidas e estradas.

Entre 2010 e 2022 houve um aumento no número de pessoas que passaram a dispor de calçadas em seus domicílios. Entre os censos, 44,3 milhões de pessoas a mais passaram a ter acesso ao recurso de mobilidade urbana. No Censo 2022, 146,3 milhões de moradores tinham calçada em seus domicílios.

Também há disparidade regional no levantamento sobre a presença de calçadas e passeios. De acordo com o IBGE, há um forte contraste entre as regiões Norte e Sudeste.

Cinco estados, localizados no Sudeste e Sul do país, apresentaram mais de 90% de seus habitantes morando em locais com acesso à calçadas. Confira os estados com melhores resultados.

  • Distrito Federal: 92,9%
  • Goiás: 92,6%
  • São Paulo: 91,6%
  • Minas Gerais: 90,3%
  • Sergipe: 90,3%

Por outro lado, o Amapá conta com apenas 57% dos seus moradores com calçadas. A região Norte sofre com a ausência do recurso de mobilidade.

  • Amapá: 57,1%
  • Roraima: 60,3%
  • Pará: 64,8%
  • Rondônia: 68,8%
  • Pernambuco: 71,2%

A presença de calçadas é importante para a segurança dos pedestres. O espaço deve promover acessibilidade e a saúde dos moradores, já que é responsável pelo modo de transporte de milhões de brasileiros.

Iluminação pública

Quase 4,5 milhões de pessoas não contam com iluminação pública em suas vias. Em 2022, 23,5 milhões de pessoas a mais residiam em trechos com iluminação em comparação com 2010.

Uma parte significativa dos municipais brasileiros apresenta alta cobertura de iluminação pública, segundo o IBGE. São 5.319 dos 5.568 municípios com mais de 90% de seus moradores com acesso ao serviço.

A iluminação promove maior sensação de segurança pública. Além disso, o serviço é importante para maior mobilidade e no desenvolvimento de atividades econômicas. Vale pontuar que o IBGE não analisou se os postes datados funcionavam direito ou não, apenas as presenças.

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