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Candidata derrotada no Equador perde apoio após alegar fraude na eleição

17/04/2025 16h52

Por Alexandra Valencia

QUITO (Reuters) - A candidata de esquerda à Presidência do Equador, Luisa González, disse que contestará formalmente o resultado da eleição de domingo no país, alegando fraude generalizada, mas perdeu o apoio de um importante partido aliado ao contestar sua derrota.

Autoridades eleitorais e observadores externos afirmaram que o presidente em exercício, Daniel Noboa, garantiu a reeleição após vencer o segundo turno, realizado após um primeiro turno apertado em fevereiro.

Noboa atualmente lidera a contagem oficial de votos, que está 99,82% completa, com mais de 1 milhão de votos de vantagem. Ele disse em uma entrevista à CNN no início desta semana que sua vitória foi tão grande que "não cabe discussão".

González alega desde domingo que houve uma fraude "grotesca" e disse no final da quarta-feira que contestaria os resultados junto à autoridade eleitoral, sem especificar quando. Os resultados devem ser contestados no prazo de dois dias após o encerramento da contagem dos votos.

Em um vídeo postado na rede social X, González disse que milhares de cédulas com irregularidades foram identificadas e deveriam ser anuladas.

"Todas essas descobertas, que são muito sérias, serão apresentadas às autoridades", disse a candidata, acrescentando que as autoridades estavam "infelizmente, sob o controle dos que estão no poder". 

A chefe do órgão eleitoral, Diana Atamaint, disse em uma entrevista à emissora de TV NTN24 na quarta-feira que "não havia recebido um único pedido de recontagem de uma única cédula".

Ela acrescentou que González estava livre para apresentar uma queixa e que a autoridade a analisaria e que, se a política estivesse tão confiante de que havia ocorrido fraude, poderia apresentar uma queixa criminal aos promotores.

Observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia, bem como dos Estados Unidos, afirmaram que Noboa venceu com folga a votação. Os representantes da UE consideraram a eleição transparente e bem organizada, e rejeitaram veementemente as alegações de fraude.

Nos últimos dias, a coalizão de oposição de González se desfez por causa de suas alegações de fraude, com membros de seu próprio partido Revolução Cidadã reconhecendo a vitória de Noboa.

Na quarta-feira, seu maior partido aliado, o Movimento Reto, parabenizou Noboa, deixando poucos apoiadores ainda ao lado da candidata derrotada, que é protegida do ex-presidente socialista Rafael Correa.

Sua derrota e subsequentes alegações de fraude parecem "ter deixado o 'Correismo' em completa desordem", disseram analistas do grupo de investimentos BancTrust na quinta-feira.

Eles acrescentaram que isso aumentaria as chances de Noboa formar um bloco majoritário na Assembleia Nacional.

O Partido de Ação Democrática Nacional, do presidente reeleito, detém 66 cadeiras das 151 da Assembleia. O governo disse que está negociando com partidos menores para obter mais apoio.

(Reportagem de Alexandra Valencia; com reportagem adicional de Kylie Madry)

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