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Como escolher a franquia certa e não cair em uma roubada?

Analisar documentos da franqueadora é uma das principais recomendações para não cair em um roubada na hora de escolher uma franquia - Freepik
Analisar documentos da franqueadora é uma das principais recomendações para não cair em um roubada na hora de escolher uma franquia Imagem: Freepik
do UOL

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)

16/04/2025 05h30

A escolha da franquia certa não é uma tarefa fácil. Envolve uma boa dose de paciência e tempo para analisar uma série de fatores. O UOL Economia ouviu especialistas que dão dicas do que deve ser observado na hora da escolha e evitar cair em uma roubada.

O que deve ser observado

Faça uma autoanálise. Antes de iniciar a busca pela franquia ideal, recomenda-se verificar as reais condições do interessado, observa Karen Sitta, analista de franquias do Sebrae. "Qual é a minha capacidade como potencial empreendedor? Qual é a minha capacidade financeira, de tempo, disponibilidade, de aprendizado? Às vezes quem deseja investir em franquia acha que é só pegar aquele modelo e operar. E, não é bem assim", observa Sitta.

Analise documentos. Pelo menos dez dias antes da assinatura do contrato, o interessado deve ter acesso a COF (Circular de Oferta de Franquia), que deve conter uma série de documentos. Entre eles, estão os balanços dos últimos dois anos da franqueadora, custos de investimento, taxa de franquia, valor estimado das instalações e a lista de franqueados desligados nos últimos 24 meses, observa o diretor jurídico da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Natan Baril. A apresentação desses documentos é obrigatória e é definida por lei de 2019.

Tudo isso possibilita fazer uma análise financeira, para avaliar realmente a viabilidade econômica e financeira da operação. O franqueador é sólido? E eu vou realmente ter um negócio lucrativo, que me traga payback (retorno de investimento) em tempo razoável, de dois a três anos, no máximo quatro anos? Vai me trazer lucratividade? É um bom negócio para mim ou é melhor investir num fundo, no banco?
Natan Baril, diretor jurídico da ABF

Fale com franqueados da marca. A recomendação é ouvir ao menos três franqueados, observa Baril. "(Isso) permite interagir com quem está na rede. Você tem a oportunidade de conversar com pessoas que estão respirando a operação, estão enfrentando desafios e podem te dizer: 'entra ou não entra'", observa o diretor jurídico da ABF. Porém, para evitar que os contatos sejam direcionados para "amigos" do dono da franquia, o professor da Escola de Negócios da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Lucas Roldan, orienta ouvir seis franqueados. "Quanto mais pessoas, melhor".

Pesquise a franquia e o produto ofertado. Sitta recomenda que o interessado se passe por cliente e veja como é o funcionamento do negócio e possíveis gargalos. Também recomenda verificar se há identificação do franqueado com o produto ofertado pela marca, observa Baril. "A experiência que eu tenho é que se você tiver um apego, um afeto com o negócio que está empreendendo, normalmente vai performar muito melhor, crescer dentro da rede", observa o diretor jurídico da ABF.

Verifique as regras de território da franquia. Muitas redes já têm elaborado mapeamento de onde é possível abrir uma nova franquia, observa Sitta. E nem sempre o local onde o interessado está, de fato, está nos planos de expansão da marca. "As franquias costumam mapear os territórios que elas querem investir. O cuidado que a marca tem que ter é não colocar um franqueado muito próximo de outro, porque acabam competindo", observa a analista de franquias do Sebrae.

Analise o ponto onde vai ser instalado o negócio. A escolha do local onde vai ser instalado o negócio também precisa ser bem avaliada. Roldan recomenda localizações com alto fluxo de pessoas, o que dá mais visibilidade para o negócio. A análise da localização também deve levar em conta o poder aquisitivo da vizinhança. Uma franquia premium pode não dar muito certo em um bairro muito popular, observa o professor da PUC-RS. "Falhar no ponto é um dos maiores riscos", diz Roldan.

Procure franquias já consolidadas. Para o primeiro negócio, a escolha de franquias já consolidadas pode diminuir os riscos para potenciais interessados. "O maior risco são franquias que estão começando, não conhecem bem o modelo, prometem retorno rápido e não entregam o que prometem. Por isso que é importante estudar a franqueadora", entende Roldan.

Investir em uma franquia ou num negócio próprio, o risco é o mesmo. Só que quando você investe numa franquia, o risco diminui um pouco. Diminui porque o franqueador já passou por todo processo de chegada no mercado. E esse é o cuidado também de escolher a marca: escolhe aquela marca mais madura, mais consolidada. Pode escolher marca que está se formalizando, formatando agora? Pode, mas é sempre o cuidado do que está contratando, como está sendo a sua parceria com aquele franqueador.
Karen Sitta, analista de franquias do Sebrae

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