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PT se aliará com centro-direita para evitar domínio bolsonarista no Senado

Presidente do PT, Humberto Costa já conversou com Lula sobre as eleições ao Senado - Reproduação Instagram
Presidente do PT, Humberto Costa já conversou com Lula sobre as eleições ao Senado Imagem: Reproduação Instagram
do UOL

Do UOL, em Brasília

14/04/2025 05h30

O PT vai ser pragmático na eleição para o Senado, em 2026. Ele está aberto a alianças com partidos de vários espectros políticos, incluindo a centro-direita.

O que aconteceu

Partido reage a estratégia de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente deu prioridade à disputa no Senado e planeja eleger pelo menos 30 senadores entre as 54 vagas que serão abertas —são duas por estado.

Lula já foi consultado sobre os planos do PT. Ficou definido que o partido vai ser realista para evitar o domínio da direita. Entre as consequências que preocupam, está a cassação de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), a começar por Alexandre de Moraes, a quem os bolsonaristas chamam de "ditador de toga".

Mas há outros desdobramentos que o PT deseja impedir. Atual presidente do partido, o senador Humberto Costa (PE) afirma que indicações para agências reguladoras e aprovações de funcionários do corpo diplomático podem ser comprometidas.

De olho nisso, o partido entrou na preparação para a eleição ao Senado. O Grupo de Trabalho Eleitoral já está em funcionamento, apesar de historicamente ser aberto apenas no ano da campanha.

Ficou decidido que haverá o lançamento de candidatos do PT onde houver chances de vitória. Alianças serão buscadas nos estados onde não surgirem nomes competitivos. Humberto Costa declarou que o partido está aberto para acordos com esquerda, centro-esquerda, centro e até centro-direita.

Onde houver viabilidade, o PT terá candidato. Onde não não houver, vamos trabalhar com a busca por alianças.
Humberto Costa (PT-PE)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro discursa durante ato na avenida Paulista, em São Paulo, pela anistia de envolvidos nos atos de 8 de Janeiro
Imagem: Bruno Santos/Folhapress

Sem meta

O presidente do PT não cravou uma meta de senadores a serem eleitos. O número será definido a partir de um estudo em curso a respeito das chances em cada estado. A previsão é concluir o levantamento neste mês.

Mas já se sabe que a região Sul será a mais complicada. Humberto Costa diz acreditar que no Paraná não existirá viabilidade para uma candidatura petista. Existe, contudo, a esperança no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O Nordeste é considerado ter uma situação mais confortável. Ainda que Lula tenha perdido parte da popularidade na região, o PT tem obtido vitórias nos últimos anos.

Tendência de melhora

O presidente do PT espera que Lula recupere a popularidade até a eleição. Isso também impulsionaria o partido a eleger mais senadores.

O discurso a ser usado na campanha vai depender da projeção se confirmar. Mas Humberto Costa adianta que a pauta econômica e social de Lula será defendida nos discursos de postulantes ao Senado.

A dúvida é sobre quais realizações e marcas de governo serão citadas. A escolha depende da finalização do estudo e de discussões internas a serem realizadas.

A preparação petista começa muito depois da bolsonarista. O PL trabalha pela construção de candidaturas desde 2023. Há nomes praticamente certos em vários estados.

Mesmo com dois anos de diferença, o presidente do PT não fala em atraso. Humberto Costa ressalta que a instalação do Grupo de Trabalho Eleitoral foi antecipada em um ano justamente como reação à estratégia do PL.

Ele também refuta dificuldade por divisões internas. O PT atravessa um processo de eleição e a troca da diretoria não está sendo pacífica. Houve reclamações de diferentes correntes, mas Humberto Costa avalia que na hora da eleição isso será deixado de lado.

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