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Negociações entre Trump e Putin vão além de um cessar-fogo na Ucrânia

19/03/2025 04h44

Os jornais franceses desta quarta-feira (19) analisam os resultados da conversa telefônica, na terça-feira (18), entre o presidente americano Donald Trump e seu homólogo russo, Vladimir Putin. Os dois líderes chegaram a um acordo para um cessar-fogo parcial na Ucrânia, com a suspensão de ataques a infraestruturas de energia e uma troca imediata de 175 prisioneiros. Essa seria a primeira etapa sobre uma possível suspensão total do conflito. 

O jornal Le Figaro observa que, muito além de uma trégua, os dois presidentes se focalizam nas relações bilaterais entre os Estados Unidos e a Rússia para a conclusão " de importantes acordos econômicos e para assegurar a estabilidade geopolítica uma vez que a paz seja restaurada". De acordo com o diário, essa cooperação deverá se aplicar, também, ao Oriente Médio "para a prevenção de futuros conflitos" e evitar a "proliferação de armas estratégicas". Os dois presidentes ainda estariam de acordo em impedir que o Irã possa destruir Israel. 

O Le Figaro destaca importantes concessões feitas pelo chefe da Casa Branca ao líder do Kremlin, como a promessa de uma normalização das relações russo-americanas, o fim das sanções contra a Rússia, a possibilidade de conservar territórios conquistados na Ucrânia e o fim das perspectivas de adesão de Kiev à Otan. 

O jornal Libération analisa que a estratégia de Trump "de fazer pressão apenas sobre a Ucrânia e não sobre o ditador russo" põe em risco a efetivação de um cessar-fogo completo. Citando o site de informação Semafor, o Libé destaca que Casa Branca consideraria até reconhecer a Crimeia, anexada em 2014, como território russo, dentro de um possível acordo de paz.

O jornal Le Monde traz uma reportagem sobre a situação dos ucranianos que vivem em áreas conquistadas pelas tropas russas, que equivalem a 20% do território de seu país. Nesses locais, não há comunicação, os perigos da guerra são enormes e os moradores descrevem um mundo fechado, desfuncional, onde reina o regime do terror.      

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