Após aval de Trump, Netanyahu diz que ataques a Gaza são 'apenas o começo'
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em pronunciamento que os ataques realizados pelo exército israelense que atingiram civis e agentes do Hamas durante a madrugada de hoje foram "apenas o começo".
O que aconteceu
"Negociações só ocorrerão sob fogo", diz Netanyahu. Do quartel-general do exército israelense, o primeiro-ministro prometeu que os militares vão agir contra o Hamas "com intensidade crescente" para libertar todos os reféns e eliminar o movimento de resistência. "Voltamos a lutar com força", completou Netanyahu.
Ataque permitiu que Netanyahu faltasse a audiência em julgamento por corrupção. O premiê, entretanto, negou motivações políticas para permitir o bombardeio em várias regiões da Faixa de Gaza. Ele criticou "mentiras" da imprensa local sobre o assunto, afirmando que os jornais "simplesmente ecoam a propaganda do Hamas repetidamente".
Governo Trump apoia ataque e defende que Hamas entregue reféns restantes para retornar negociação. Em declaração no Conselho de Segurança da ONU, a Casa Branca sinalizou que deu seu aval aos ataques que fizeram pelo menos 400 mortos e que irá "apoiar" os próximos passos que Israel optar tomar.
Estados Unidos culpam Hamas pelo ataque. A Casa Branca sinalizou que deu seu aval aos ataques que fizeram pelo menos 400 mortos e que irá "apoiar" os próximos passos que Israel optar tomar. Numa declaração feita na ONU, a delegação americana afirmou: "O grupo terrorista [Hamas] se recusou a aceitar as propostas de negociação, inclusive para ampliar um cessar-fogo para que haja um acordo permanente".
EUA recusam que ataques foram "indiscriminados". "São os membros do Hamas que usam a população como escudo", disseram. A Casa Branca afirmou que o Hamas "preferiu se esconder atrás da população", e alertou que "serão as pessoas de Gaza que sofrerão".
Ministro das Relações Exteriores de Israel justificou ataque com revés em negociação sobre reféns. Gideon Sa'ar, afirmou que o país "não teve alternativa" ao quebrar o cessar-fogo e bombardear regiões da Faixa de Gaza na noite de ontem. O Hamas teria rejeitado propostas americanas para estender o cessar-fogo, segundo Sa'ar, que não explicou no que consistiam essas propostas, mas afirmou que o acordo assinado em 19 de janeiro chegou a um "beco sem saída".
Ataques são "focados em terroristas", diz ministro, contradizendo os dados palestinos. Apesar de Sa'ar falar que os ataques são feitos para "minimizar as vítimas civis", a maioria dos mortos no ataque de ontem são crianças e mulheres.
Ministro de Defesa Israelense ameaçou "intensificar golpes" se não libertarem todos os reféns. Israel Katz afirmou também que o país não vai encerrar a luta contra Israel até que os 59 cidadãos israelenses mantidos como reféns pelo Hamas sejam libertos.
O Hamas deve perceber que as regras do jogo mudaram e, se não libertar imediatamente todos os reféns, os portões do inferno se abrirão e ele se verá diante de toda a intensidade das IDF no ar, no mar e na terra, até sua completa eliminação. Israel Katz, ministro de Defesa de Israel
Bombardeios quebraram cessar-fogo
O cessar-fogo na Faixa de Gaza começou em 19 de janeiro. O acordo previa o fim dos ataques em troca da libertação de reféns israelenses que estavam no enclave desde 7 de outubro de 2023.
Ao menos 400 pessoas morreram em ataques coordenados da noite dessa segunda-feira (17), segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O país afirmou que mulheres e crianças estão entre as vítimas mortas nos bombardeios.
Ao menos seis pontos diferentes de Gaza foram atacados, segundo canal de TV. Um levantamento da Al Jazeera mostra que os ataques aconteceram em Rafah, Khan Younis, al-Mwasi, Deir el-Balah, na Cidade de Gaza e no Norte de Gaza. Fotos mostram pessoas tentando encontrar sobreviventes entre escombros e corpos amontoados em ruas.
Países estrangeiros e ONU repudiaram ataques. Entre os países que pediram a retomada do cessar-fogo estão Malta, Suíça, Egito e Bélgica. Irã e Turquia afirmaram que Benjamin Netanyahu comete "genocídio" contra o povo palestino.