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Maduro apela à ONU e pede proteção de venezuelanos enviados pelos EUA à prisão em El Salvador

18/03/2025 16h12

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que pedirá à ONU que ative mecanismos de proteção para os venezuelanos enviados pelos Estados Unidos a uma prisão em El Salvador. Eles são acusados por Washington de pertencerem à gangue "Tren de Aragua".

"Hoje estou assinando uma série de comunicações dirigidas ao secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, ao alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk," e a "várias organizações" para que "os mecanismos de direitos humanos sejam ativados para proteger homens e mulheres venezuelanos", declarou Maduro durante um discurso na televisão pública.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invocou uma lei de guerra do século XVIII para deportar 238 supostos membros da gangue venezuelana "Tren de Aragua" para El Salvador. A prisão na unidade penal de alta segurança foi anunciada no domingo (16) pelo presidente salvadorenho Nayib Bukele.

Um juiz havia ordenado a suspensão de todas as deportações, mas o governo Trump argumentou que os aviões já haviam decolado quando a decisão foi proferida.

Repatriação

Nicolás Maduro anunciou na segunda-feira (18) que tentaria a repatriação de todos os venezuelanos enviados a El Salvador.

"Esses migrantes venezuelanos, que foram sequestrados, sem direito a defesa, que foram descritos como assassinos, terroristas, manchando sua honra (...), que foram colocados em um campo de concentração em El Salvador, têm direito a uma defesa e eu não descansarei até que tenhamos obtido seu resgate e retorno seguro", disse o presidente.

No mesmo dia, o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodriguez, que também é o principal negociador de Caracas com Washington, descreveu a transferência para a prisão em El Salvador como um "crime contra a humanidade".

O governo Trump não reconhece a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho de 2024, que a oposição alega ter vencido, acusando o governo de fraude.

Em uma declaração, a líder da oposição, Maria Corina Machado, apoiou as medidas tomadas pelos Estados Unidos e outros países para "sancionar" os membros do "Tren de Aragua". No entanto, ela pediu que seja evitada a "criminalização injusta dos migrantes venezuelanos" e que sejam tomadas "medidas de proteção" para garantir que eles possam permanecer em seus países de origem.

(Com AFP)

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