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Triângulo rosa: o que significa o símbolo nazista publicado por Trump?

Presidente dos EUA compartilhou artigo de opinião ilustrado com um triângulo rosa invertido, símbolo nazista usado nos campos de concentração - Reprodução/TruthSocial/@realDonaldTrump/13.03.25
Presidente dos EUA compartilhou artigo de opinião ilustrado com um triângulo rosa invertido, símbolo nazista usado nos campos de concentração Imagem: Reprodução/TruthSocial/@realDonaldTrump/13.03.25
do UOL

Do UOL, em São Paulo

13/03/2025 15h04

Donald Trump compartilhou no domingo em sua rede social um símbolo nazista de perseguição aos gays e transexuais durante o regime autoritário alemão.

O que aconteceu

Presidente dos EUA compartilhou texto ilustrado com um triângulo rosa invertido. Trump usou a sua plataforma Truth Social para republicar uma coluna de Jeremy Hunt, do jornal conservador The Washington Times, em que exalta a proibição de pessoas trans nas Forças Armadas norte-americanas.

Símbolo identificava gays e trans nos campos de concentração nazistas. Antes da criação do ícone, esses grupos usavam triângulos verdes ou vermelhos, destinados a criminosos e presos políticos, respectivamente. Também era comum identificá-los com o número 175, em referência ao parágrafo do Código Penal que caracterizava a homossexualidade como crime.

Triângulo era costurado ao uniforme dos prisioneiros. Por isso, o grupo começou a ser chamado de "triângulo rosa". Dados estimam entre 5 a 15 mil prisioneiros.

Os triângulos-rosa eram cobaias em experiências nazistas, desaparecendo com frequência dos campos de concentração. O sobrevivente Rudolf Brazda (1913-2011) contou em um livro os três anos detido no campo de Buchenwald, em uma rotina de intenso trabalho, ofensas e abusos físicos, pois os prisioneiros do grupo eram tidos como "viciados sexuais".

Rudolf, que é telhador, exerce um trabalho braçal de manutenção dos prédios do campo. Isso o poupa de certos serviços que outros homossexuais devem suportar. Quando não são empregados em tarefas particularmente árduas ou degradantes, eles são utilizados como cobaias humanas. As "experiências médicas" se multiplicam, assim como os desaparecimentos repentinos dos triângulos rosa. Como dois jovens que nem tinham 25 anos. Diz-se que eles não resistiram às experiências praticadas durante pesquisas sobre a difteria.
Trecho do livro Triângulo rosa: um homossexual no campo de concentração nazista

Campos tinham bordéis para gays serem "testados". Os nazistas queriam que eles "aprendessem a desfrutar dos prazeres do sexo oposto", descreve artigo do advogado Ronny Peterson Nunes dos Santos, doutorando na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

Ativistas quiseram ressignificar o símbolo. A partir da década de 1970, movimentos da comunidade gay adotaram o triângulo rosa como forma de resistência, em memória às vítimas mortas nos campos de concentração.

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