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Zelenskiy adiou visita à Arábia Saudita para não dar "legitimidade" à reunião EUA-Rússia, dizem fontes

18/02/2025 16h02

Por Max Hunder e Tom Balmforth

(Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, adiou sua visita à Arábia Saudita para não dar "legitimidade" à reunião desta terça-feira entre autoridades norte-americanas e russas em Riad, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com o assunto.

Falando mais cedo nesta terça-feira na Turquia, Zelenskiy disse que tinha adiado sua visita ao reino, que foi originalmente planejada para quarta-feira, até 10 de março, dizendo que ele não queria "quaisquer coincidências".

"(A Ucrânia) não queria parecer dar legitimidade a nada do que aconteceu em Riad", disse uma das fontes.

Zelenskiy disse em Ancara que não havia sido convidado para a reunião desta terça-feira entre as delegações com importantes autoridades norte-americanas e russas, que incluíam os ministros das Relações Exteriores dos dois países. Os Estados Unidos e a Rússia disseram, após as conversações, que haviam concordado em prosseguir com os esforços para acabar com a guerra na Ucrânia.

"Não queremos que ninguém decida nada pelas nossas costas... Nenhuma decisão pode ser tomada sem a Ucrânia sobre como acabar com a guerra na Ucrânia", disse Zelenskiy.

O presidente dos EUA, Donald Trump, que assumiu o cargo em 20 de janeiro, prometeu repetidamente acabar rapidamente com a guerra. Ele pressionou por um início imediato das negociações de paz, mas comentários de importantes autoridades norte-americanas levantaram dúvidas sobre o que ele planejou.

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse aos aliados da Otan na semana passada que não era realista que a Ucrânia se unisse à aliança da Otan como parte de um acordo negociado com a Rússia e que as esperanças de Kiev de restaurar suas fronteiras reconhecidas internacionalmente eram um "objetivo ilusório".

Hegseth pareceu voltar atrás nessas falas um dia depois de fazê-las, mas seus comentários deixaram alguns ucranianos preocupados com a possibilidade de os EUA decidirem o destino de seu país pelas costas.

Trump fez ligações telefônicas separadas para Zelenskiy e para o presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, levantando preocupações entre os aliados europeus de Kiev de que eles serão excluídos de qualquer processo de paz.

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