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PGR apresenta denúncia em separado contra neto de presidente da ditadura

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho é investigado pela PF por tentativa de golpe - Agência Brasil
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho é investigado pela PF por tentativa de golpe Imagem: Agência Brasil
do UOL

Do UOL, em Brasília

18/02/2025 23h36

A última das cinco denúncias protocoladas pela PGR nesta terça-feira (18) no STF (Supremo Tribunal Federal) contra 34 envolvidos na tentativa de golpe de Estado foi contra o apresentador de TV e empresário Paulo Figueiredo. Ele é neto do general João Baptista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar.

O que aconteceu

PGR aponta que Paulo Figueiredo antecipou detalhes de carta para pressionar militares a aderirem ao golpe em 2022. Denúncia afirma que apresentador foi escolhido por grupo que tramava para pressionar militares de alta patente devido ao seu respeito no meio militar. Em transmissão ele antecipou detalhes da carta que vinha sendo redigida por militares golpistas para pressionar os comandantes legalistas.

Paulo Figueiredo atacou comandantes do Sudeste, Sul e Nordeste da época. Generais não endossavam teses golpistas que buscavam desacreditar o resultado das urnas. Para Gonet, empresário e apresentador estava articulado com grupo de militares golpistas e sabia do objetivo do documento que vinha sendo redigido.

Ex-comandante do Exército confirmou que documento foi uma forma de tentar pressionar comandantes legalistas. Em depoimento à PF, general Freire Gomes confirmou que carta foi feita com este intuito e que era ilegal.

Denúncia acusa Paulo Figueiredo de "forjar cenário de coesão". Ele foi denunciado pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado.

O influenciador buscou forjar um cenário de coesão dentro do Exército Brasileiro sobre a necessidade da intervenção armada,
retratando os dissidentes como desertores, merecedores de repudio pessoal e virtual. Aderiu, pois, ao projeto golpista da organização
criminosa, do qual tinha ciência prévia, e instrumentalizou a sua condição de comunicador para provocar a cooptação do Alto Comando do Exército ao movimento golpista
Trecho da denúncia da PGR contra Paulo Figueiredo

Denunciado, ele comentou o assunto em rede social e se disse perseguido. No X, Paulo Figueiredo disse "estar honrado em estar ao lado de patriotas neste momento histórico que reflete a ditadura que vivemos", escreveu. Ele afirmou também que "vamos vencer e todos os agentes públicos que se utilizam das suas posições para perseguir opositores políticos serão responsabilizados".

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