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Fotógrafa que morreu atropelada em MS passou a correr após perder a filha

do UOL

Do UOL, em São Paulo

17/02/2025 05h30Atualizada em 17/02/2025 11h53

A fotógrafa Danielle Oliveira, 41, que morreu atropelada no sábado (15) durante um treino de corrida em Campo Grande, começou a praticar o esporte depois da morte de sua filha.

O que aconteceu

Danielle começou a correr em 2018, dois anos após a morte de sua filha Geovanna, aos 5 anos, diagnosticada com câncer renal. "Ela dizia que a primeira vez em que correu a sensação foi de êxtase, de se sentir acolhida. Era terapêutico para ela", afirma Lesly Lidiane Ledesma, amiga da fotógrafa.

Geovanna foi diagnosticada com câncer em 2015 e morreu nove meses depois. Nas redes sociais, Danielle já havia relatado sobre a chegada da corrida em sua vida. "Corri chorando e pensando na Geovanna. Foi a partir daí que me inscrevi em quase todas as provas de corrida de 2018", diz em um vídeo publicado.

O carro que a atingiu era conduzido por João Vitor Vilela, que estava embriagado. O estudante de medicina atropelou Danielle e outra corredora, de 43 anos, que ficou com o braço ferido (leia mais abaixo). A fotógrafa deixou duas filhas, uma de 5 anos e outra de 18.

Danielle se preparava para correr sua primeira maratona. Lesly contou ao UOL que a amiga treinava três vezes na semana e, no sábado, o grupo de corrida marcou o treino na rodovia. Ela faria os primeiros 42 km na prova de Porto Alegre, que acontecerá em junho deste ano. "Era o sonho dela, e era um sonho tão grande. Ela acordava 3 horas da manhã, treinava, trabalhava, cuidava da filha", afirmou a amiga.

Amigos separaram um momento para a filha de 5 anos se despedir da mãe no velório. Lesly disse que estava com a família quando a caçula de Danielle recebeu a notícia o falecimento. "Alguns minutos depois, ela disse: 'Quero ver minha mãe, posso ir ao hospital ver minha mãe?' A gente levou papel para ela escrever uma carta, colocar os sentimentos dela", contou.

Danielle Oliveira corria desde 2018 e foi morta durante treino na manhã de sábado (15) - Reprodução/Instagram/@daniellecoliver - Reprodução/Instagram/@daniellecoliver
Danielle Oliveira corria desde 2018 e foi morta durante treino na manhã de sábado (15)
Imagem: Reprodução/Instagram/@daniellecoliver

A gente está ouvindo gente dizer que não pode correr na rodovia. O debate não é esse. Até onde eu sei não é crime correr na rua, crime é dirigir alcoolizado.

A corrida nunca foi minha prioridade, eu falava para Danny que eu corria para manter meu cardio, mas agora, se eu tiver saúde e condições, vou ser maratonista exclusivamente por ela.
Lesly Lidiane, amiga de Danielle

Relembre o caso

O motorista fazia "zigue-zague" na pista, segundo testemunhas. Elas também afirmaram que Vilela estava visivelmente embriagado. No carro dele, foram encontradas latas de cerveja. O estudante se recusou a fazer o bafômetro e foi preso em flagrante.

Na audiência de custódia, ele teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A defesa tentou obter a prisão domiciliar ou o uso de tornozeleira eletrônica, mas o juiz seguiu o parecer do Ministério Público. O estudante ouviu a decisão em silêncio enquanto chorava.

Dezenas de amigos de Danielle fizeram um protesto em frente ao Fórum. Com camisetas de corrida, eles pediram justiça, leis menos brandas e a prisão do motorista.

Motorista que atropelou corredoras é estudante de medicina e estava embriagado - Reprodução/JD1 Notícias - Reprodução/JD1 Notícias
Motorista que atropelou corredoras é estudante de medicina e estava embriagado
Imagem: Reprodução/JD1 Notícias

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