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'Vamos pegá-los de qualquer jeito', diz Castro após ataque a delegacia

O governador do Rio, Cláudio Castro - Reprodução/Facebook
O governador do Rio, Cláudio Castro Imagem: Reprodução/Facebook
do UOL

Do UOL, no Rio*

16/02/2025 14h14

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou neste domingo (16), em suas redes sociais, que haverá uma "resposta dura" ao ataque a uma delegacia ocorrido ontem em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O que aconteceu

"Já identificamos todos eles e vamos pegá-los de qualquer jeito", afirmou o governador. "A ousadia dos criminosos não vai ficar por isso mesmo", completou.

"Turminha dos direitos humanos". Castro também usou um tom irônico ao prometer a reação ao ataque. "E já vou avisando à turminha dos 'direitos humanos', não encham meu saco porque a resposta será dura e na mesma proporção, só que com efetividade e dentro da lei".

Tentativa de libertar traficante. A 60ª DP (Campos Elíseos) foi alvo de uma ofensiva neste sábado para tentar libertar o suposto chefe do tráfico de drogas da comunidade de Vai Quem Quer, Rodolfo Manhães Viana, vulgo Rato, e Wesley de Souza do Espírito Santo, braço direito dele.

Os dois haviam sido presos por policiais civis da unidade horas antes, durante operação baseada em informação de inteligência. Eles estariam com um fuzil quando foram presos. O armamento foi apreendido pelos agentes.

Durante o ataque à delegacia, realizado no começo da noite, "dezenas de traficantes entraram na delegacia na tentativa de resgatar os comparsas", segundo a Polícia Civil. Viana e Espírito Santo, no entanto, já não estavam mais por lá. Eles haviam sido transferidos para a sede da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter).

A Polícia Civil informou que houve intensa troca de tiros entre policiais e criminosos. Dois agentes ficaram feridos e foram levados ao Hospital Adão Pereira Nunes, também em Duque de Caxias. Ambos os feridos já receberam alta médica.

Um morto em operação

Operações em quatro comunidades. Neste domingo, a Polícia Civil realiza operações Duque de Caxias, para tentar localizar e prender os possíveis envolvidos no ataque à delegacia.

Até o momento, seis suspeitos foram presos, sendo que um deles foi ferido em confronto e morreu, segundo a Polícia Civil. Os agentes recuperaram dois automóveis e duas motocicletas e apreenderam uma granada e drogas. As diligências estão em andamento.

A instituição informou que está pedindo a transferência dos dois presos que os traficantes tentaram resgatar para presídio federal. Ainda não há um posicionamento do governo federal a respeito.

Políticos de esquerda reagem

A postagem de Cláudio Castro gerou reação entre políticos de esquerda. O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) criticou o governador no "X": "Para tentar esconder a incompetência da política de segurança, um governador de estado apela para que defensores dos direitos humanos 'não encham o saco'. Beira o inaceitável".

A deputada estadual Dani Monteiro, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, seguiu na mesma linha. "Nós defensores dos direitos humanos não cobramos nada além de que as leis sejam cumpridas".

Secretário de Segurança do Rio elogia postura. Na postagem de Castro no Instagram, Victor Cesar dos Santos comentou: "Parabéns pela postura. É desse tipo de mensagem que todos os operadores da segurança pública precisam".

Especialista aponta despreparo. Bruno Langeani, consultor sênior do Instituto Sou da Paz, por sua vez, disse que "o aceno do governador contra direitos humanos na mesma frase em que diz que agirá dentro da lei mostra desconhecimento, despreparo e falta de equilíbrio para o cargo que ocupa".

*Com Estadão Conteúdo

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