Líderes europeus se reúnem para discutir segurança e guerra na Ucrânia nesta segunda

O presidente francês, Emmanuel Macron, reunirá "os principais países europeus" em Paris na segunda-feira (17), para discussões sobre "segurança europeia", confirmou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot. O objetivo principal do encontro é falar sobre a situação na Ucrânia, que completa este mês três anos de guerra contra a Rússia.
"O presidente da República reunirá os principais países europeus amanhã para discussões sobre a segurança europeia", confirmou Jean-Noël Barrot no domingo (16) em entrevista à rádio France Inter, sem especificar os participantes dessa 'reunião de trabalho'. O chefe da diplomacia da Polônia, Radoslaw Sikorski, já havia dito que o primeiro-ministro de seu país, Donald Tusk, participaria de "uma reunião de líderes europeus na segunda-feira a convite do presidente Emmanuel Macron".
Até então, a presidência francesa havia apenas mencionado "discussões" entre "líderes europeus para uma possível reunião informal", sem confirmar uma data. Mas neste domingo, Barrot confirmou que se trata de "uma reunião de trabalho com os chefes de Estado e de governo". No entanto, o ministro francês das Relações Exteriores disse que não se deve "dramatizar esse tipo de reunião porque elas são muito frequentes".
O Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, confirmou que os chefes de governo da Alemanha, Reino Unido, Itália, Polônia, Espanha, Holanda e Dinamarca, bem como o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, participarão dessa reunião. "As discussões poderão se prolongar em outros formatos, com o objetivo de reunir todos os parceiros interessados na paz e na segurança na Europa", acrescentou o Eliseu.
"Somente os ucranianos podem decidir parar de lutar"
Essa reunião ocorrerá um dia após o fim da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, que foi marcada por um discurso hostil do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance contra a União Europeia. Além de acusar o bloco de não respeitar a "liberdade de expressão", o representante de Washington confirmou que os americanos estavam considerando negociações sobre a situação na Ucrânia sem a participação dos europeus. Jean-Noël Barrot reiterou que neste domingo que "somente os ucranianos podem decidir parar de lutar, e nós os apoiaremos até que tomem essa decisão".
Os ucranianos "nunca pararão até que tenham certeza de que a paz oferecida a eles será duradoura", e com garantias de segurança, disse o chefe da diplomacia francesa. "E são os europeus que fornecerão essas garantias", insistiu Barrot, martelando que "sim, os europeus estarão envolvidos de uma forma ou de outra nas discussões" para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O conflito teve início em 24 de fevereiro de 2022, quando Moscou lançou uma ofensiva no território ucraniano.
Na semana passada, o presidente norte-americano, Donald Trump, teve uma longa conversa telefônica com o líder russo, Vladimir Putin, na qual disse que concordaram em "trabalhar juntos, muito próximos" e iniciar negociações "imediatamente" sobre a guerra na Ucrânia. O chefe da Casa Branca também conversou ao telefone com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. No entanto, essas discussões foram realizadas sem consultar representantes europeus.
(Com AFP)