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Caio Castro vira sócio, e rede de açaí passa de 68 para 180 franquias

Além de sócio do Jah Açaí, Caio Castro é dono de uma unidade da marca, em São Paulo - Divulgação
Além de sócio do Jah Açaí, Caio Castro é dono de uma unidade da marca, em São Paulo Imagem: Divulgação
do UOL

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/02/2025 05h30

Quando o ator Caio Castro entrou na sociedade do Jah Açaí, em 2020, a rede decolou. Passou de 68 para 180 unidades em quatro anos. Além de sócio, ele também é dono de uma unidade da marca —a de número 100, em Pinheiros, bairro nobre de São Paulo.

Ator é sócio da marca e tem loja nº 100

Sócios do Jah Açaí - Divulgação - Divulgação
Diego Dutra (à esq.), Caio Castro e Rafael Corte são sócios do Jah Açaí
Imagem: Divulgação

Como Caio Castro se tornou sócio. A empresa fez uma reunião para que o ator Caio Castro conhecesse a marca. "Fomos estudar o negócio e entender um pouco mais sobre o mercado de açaí e sorvetes, pois minha expertise já se mostrava eficaz em alguns projetos de sucesso no varejo", diz o ator.

Ele entrou na sociedade em dezembro de 2020. O valor investido pelo ator não foi informado. Na época, a Jah Açaí tinha 68 unidades. Após a entrada do ator, a marca teve um crescimento (em número de franquias) de 165% em quatro anos. A rede fechou 2024 com 180 unidades em operação, sendo 178 franquias e 2 próprias —uma delas de propriedade do ator.

O ator promove a marca nas redes sociais. Ele usa sua influência para promover o Jah nas redes sociais e em eventos. "Caio Castro também participa de campanhas publicitárias, visita franquias e interage com os consumidores, fortalecendo a imagem da marca e opinando diretamente nas estratégias de marketing", afirma Diego Dutra, 37, fundador da marca.

A entrada de Caio Castro impulsionou o Jah Açaí de maneira significativa. Sua popularidade como ator e influenciador digital aumentou consideravelmente a visibilidade da marca, atraindo a atenção de um público mais amplo. O sucesso da parceria despertou o interesse de novos franqueados, contribuindo para a rápida expansão da rede.
Rafael Corte, sócio do Jah Açaí

O portfólio de investimentos de Caio Castro é diversificado. Algumas de suas empresas são a C3 Produções e Eventos (agência), Actors Burger (hamburgueria) e a DW Blindados (blindadora de veículos), além da RedRam team (equipe de corridas).

Franquia custa a partir de R$ 150 mil

O carro-chefe da marca é o açaí self-service na máquina de sorvete expresso. O cliente pode se servir à vontade e personalizar o seu açaí com diversas coberturas. O preço varia conforme a quantidade (peso) e as coberturas que o cliente escolher. Em geral, as lojas trabalham com um preço de 100 gramas de açaí a partir de R$ 5,99 e não há cobrança de valores adicionais por toppings ou coberturas.

O preço de franquia varia de R$ 150 mil e R$ 380 mil. Os modelos de negócio são store in store (loja dentro de algum estabelecimento), quiosque, loja de rua, loja de shopping e container.

O faturamento médio mensal vai de R$ 50 mil a R$ 70 mil. O lucro médio mensal fica entre 20% e 30% do faturamento.

A empresa tem duas fábricas próprias. A de Belo Horizonte (MG) atende as franquias de Minas Gerais e Espírito Santo, e a de Sorocaba (SP) atende 12 estados nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste. A produção é de 5 toneladas de produtos por dia.

Em 2024, o faturamento da empresa foi de R$ 130 milhões. O lucro foi de 20%.

Como a empresa foi criada

Dutra abriu a primeira operação do Jah Açaí em 2009, em Conselheiro Lafaiete (MG). Ele trabalhava em uma mineradora na cidade. "Desejava ter meu próprio negócio e sair da rotina de trabalho na mineradora, onde trabalhava em plantões de seis horas diárias em turnos diferentes", declara.

Ele havia conhecido o açaí na adolescência, quando morou no Rio por dois anos. "Eu já era consumidor de açaí e fui o pioneiro de apresentar o produto na minha cidade. Na época em que abri o Jah, não havia nenhum comércio perto que oferecesse o produto. Então, vi ali uma oportunidade de diferenciação do comércio local", diz. O investimento inicial foi de R$ 9.000.

Inspiração na avó. "Cresci vendo a minha avó Nadir, dona de uma pequena pensão em Cristiano Otoni, interior de Minas, ser feliz com seu próprio negócio. E, em busca de mais liberdade e autonomia na minha vida profissional, decidi que não queria mais a vida de carteira assinada. Queria ter um negócio próprio na área de alimentação, por ser um nicho que sinto afinidade", afirma. Mesmo com o negócio, ele ficou na mineradora até 2013.

Em 2010, Dutra abriu uma segunda unidade na cidade. Hoje, ele tem apenas uma unidade própria em Conselheiro Lafaiete. "Fechei a segunda unidade e ampliei a capacidade da primeira. Saí de duas lojas com 30 metros quadrados cada para uma loja só com quase 80 m²", diz.

Outro sócio repaginou a marca

Rafael Corte, 40, conheceu a Jah Açaí por acaso, em 2015. "Eu era master franqueado de uma franquia de paletas mexicanas, mas, com o fracasso do negócio, fiquei apenas com uma fábrica de picolé. E não tinha outra alternativa a não ser sair vendendo picolés de porta em porta. Ao passar por Conselheiro Lafaiete, vi duas unidades do Jah Açaí cheias de clientes", declara. Corte vendeu sua fábrica de picolé e se tornou sócio no mesmo ano. Investiu R$ 350 mil no negócio.

Vi no Jah um grande potencial de crescimento. Fiquei impressionado com a qualidade do produto, o movimento das lojas e o modelo de negócio. Acreditei que minha experiência em gestão e franquias, aliada ao espírito empreendedor do Diego, poderia levar a marca a um novo patamar. Nunca havia visto nenhum modelo tão inovador no segmento de açaí e sorvetes.
Rafael Corte, sócio do Jah Açaí

Foi responsável por implementar mudanças para impulsionar a empresa. Entre as medidas adotadas, estão a reformulação da identidade visual da marca, a reconfiguração das lojas, a profissionalização da gestão e a estruturação do sistema de franchising. A expansão estratégica começou por Belo Horizonte (MG) e se estendeu para outras cidades e estados.

Famoso e fabricação própria são diferenciais

Trazer Caio Castro para a marca foi uma grande sacada da empresa. É o que diz Aldo Batista Jr., consultor de negócios do Sebrae-SP. "Deu certo porque ele é jovial, sex symbol, defensor e praticante de esportes, com estilo de vida natural. Isso tem tudo a ver com a marca e com o produto que passa uma imagem de saudabilidade. Combinou muito", afirma.

O ator ser sócio atrai novos franqueados. Para o consultor, isso pode ajudar na escolha dos franqueados pela marca. "As pessoas pensam: 'Ele é famoso e é sócio; portanto, não iria jogar o nome dele no lixo'. Isso é um diferencial da marca", diz.

Ter fabricação própria pode ser outro diferencial do Jah Açaí. Segundo Batista Jr., nem todas as redes de açaí têm fabricação própria, o que pode impactar na qualidade do produto.

O açaí continua em alta, mas é preciso estudar o mercado antes de investir no segmento. "Açaí está na moda. Mas antes de abrir uma marca própria ou ter uma franquia do setor, é preciso analisar o mercado, os concorrentes, e ver onde você pode se diferenciar. Aqueles aventureiros que não fazem isso são os mais propensos a fechar o negócio; não sobrevivem", declara.

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