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Nunes minimiza situação da 'cracolândia': 'Negocinho desse tamanhozinho'

do UOL

Do UOL, em São Paulo

14/02/2025 00h30

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), minimizou a situação da "cracolândia" e disse que a região está "muito mais controlada".

O que aconteceu

Sem citar outras cidades, Nunes diz que outros municípios possuem locais similares à "cracolândia". "As pessoas falam de 'cracolândia', que é um negocinho desse tamanhozinho, que sai no Brasil inteiro. Tem outras cidades com esses locais com muito mais gente que em São Paulo", disse ele, em entrevista ao programa "É Notícia", da RedeTV!.

Recentemente, a prefeitura ergueu um muro para substituir tapumes de metal, o que causou repercussão. "Aquele muro está ali há muitos anos. Ele era um tapume de ferro. Ferro é pontiagudo e machucava as pessoas. Em maio de 2024, ou seja, quase um ano atrás, tirou o de ferro e colocou o de bloco. Não tem nada de confinamento".

A prefeitura precisou se explicar ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre o bloqueio. Em resposta à Corte, o executivo municipal disse que o muro é para "evitar acidentes, especialmente atropelamentos".

Críticas ao mototáxi

Nunes também voltou a criticar mototáxi. "Ele [motoqueiro] não pode fazer uma atividade que vai colocar em risco a vida dele e a do passageiro. Quando ele tem um acidente, ele fica sem trabalhar e a conta toda fica com a prefeitura. Atendimento de urgência, emergência e cirurgia. Cirurgia ortopédica é caríssimo", disse o prefeito, que cita que 300 motociclistas estão fazendo reabilitação por sofrerem acidentes.

Uber e 99 não aparecem quando os acidentes acontecem, afirma prefeito. "Ele sofreu um acidente, perdeu parte dos movimentos e está lá se reabilitando. Aparece a Uber e a 99 para chorar a dor da família quando a pessoa morre? Não aparecem. Não mandam uma coroa de flores. Aparecem para ajudar no atendimento de urgência e emergência? Não. Só querem o dinheiro."

A confusão começou porque o mototáxi é regulamentado em âmbito federal, mas cada município estabelece suas normas. Em São Paulo, por exemplo, um decreto de 2023 proíbe o serviço, o que provocou o conflito. Para Nunes, o Congresso Nacional "precisa" tratar desse tema para uma melhor regulamentação.

Em 2023, a prefeitura criou um Grupo de Trabalho para discutir o meio de transporte. A conclusão, diz em nota, foi que "a implementação desse modal custaria um grande risco para a saúde pública, envolvendo a integridade de condutores e usuário, com potencial aumento no risco de acidentes", diz em nota. "Assim, um decreto daquele ano proibiu o transporte remunerado de passageiros por motocicletas."

A 99 foi o primeiro aplicativo a desafiar a prefeitura ao lançar o serviço, no dia 22 de janeiro deste ano. Apesar dos protestos imediatos da gestão municipal, no dia seguinte a Uber lançou seu Uber Moto. As viagens ocorriam fora do centro expandido, se concentrando na periferia, "onde o transporte público é menos presente", disse na época a chefe da Uber Moto no Brasil, Laura Lequain. A modalidade seria "complementar ao serviço público" e nas viagens de "última milha", do ponto de ônibus ou estação de metrô até a casa, ou vice-versa.

Vídeo cantando com GCM

Visto em um vídeo cantando sobre "jogar gás de pimenta na cara de vagabundo" com agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), Nunes diz não se arrepender. "Não me arrependo de jeito nenhum. Poderia ter sido evitado, mas são tradições da polícia fazerem hinos de canto."

Ele compara o canto com a música "atirei o pau no gato". "A gente não tinha aquela música: 'Atirei o pau no gato'?. Não é mais razoável você cantar uma música dessas porque pode colocar que a gente está querendo agredir o gato. Não existe maldade nessas coisas. Se a gente vir uma criança cantando essa música, não é que ela quer prejudicar o gato."

PL 'anti-Oruam'

O prefeito voltou a afirmar que apoia o rap e o funk, mas voltou a repudiar apologia ao crime. "Eu sou uma pessoa que apoia (rap e funk), agora qualquer tipo e qualquer cantor que venha querer falar de apologia ao crime, aí não. Não vem querer esse cantor se esconder atrás de uma cultura, de um meio musical, para poder se fazer de coitadinho. Quem faz apologia ao crime tem que fazer dentro da cadeia."

Fusão MDB e PSDB

Com a possibilidade de ver o MDB incorporado com o PSDB, o prefeito se diz contra esse movimento. "Eu não sou favorável. Não vai passar por mim. Não tenho essa pretensão de discutir esse tema. Isso compete à gestão do MDB nacional. Acho que o PSDB tem que se reestruturar, se for possível."

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