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Unicef registra aumento de casos de violência contra crianças na RDC

13/02/2025 13h39

A diretora do Unicef alertou, nesta quinta-feira (13), sobre o aumento dos casos de graves violações dos direitos da infância pelas partes envolvidas no conflito no leste da  República Democrática do Congo (RDC), particularmente estupros.

"Em Kivu do Norte e Kivu do Sul, estamos recebendo informes arrepiantes de graves violações cometidas contra crianças pelas partes em conflito, inclusive estupros e outras formas de violência sexual, em níveis nunca vistos nos últimos anos", declarou, em um comunicado, Catherine Russell. 

Entre 27 de janeiro e 2 de fevereiro, por exemplo, os parceiros da agência da ONU no terreno registraram um aumento em cinco vezes no número de casos de estupros tratados em 42 centros de saúde, 30% dos quais eram crianças, disse.

E "as cifras reais provavelmente são muito mais elevadas porque muitas sobreviventes relutam em denunciar", insistiu, destacando que os trabalhadores humanitários "estão ficando sem medicamentos para reduzir o risco de contrair o HIV após as agressões sexuais".

"Uma mãe contou ao nosso pessoal como suas seis filhas, a menor com apenas 12 anos, foram violentadas sistematicamente por homens armados enquanto buscavam comida", acrescentou. 

Enquanto o grupo armado M23 (Movimento 23 de Março) e as forças ruandesas seguem avançando no leste do país, "milhares de crianças vulneráveis dos campos de deslocados foram obrigadas a fugir várias vezes para escapar dos combates", assinalou Russell. 

Ela disse ainda que centenas de crianças foram separadas de suas famílias, "expondo-as a riscos maiores de sequestro, recrutamento e utilização por grupos armados e violência sexual".

Só nas últimas duas semanas foram identificados 1.100 menores desacompanhados em Kivu do Norte e Kivu do Sul, detalhou.

Ela também alertou para o aumento do recrutamento de crianças por parte de grupos armados.

O grupo antigovernamental M23, que não parou de ganhar terreno do exército congolês desde seu ressurgimento, no fim de 2021, tomou a cidade de Goma, capital do Kivu do Norte, no final de janeiro. Agora, avança para Bukavu, capital do Kivu do Sul.

abd/vla/af/db/mvv/jc

© Agence France-Presse

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