Lula diz que Trump pode prejudicar compromisso de países ricos com o clima
O presidente Lula afirmou hoje (12) que o comportamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode prejudicar o combate às mudanças climáticas.
O que aconteceu
Lula afirmou que falas de Trump podem levar países ricos a deixarem de ser comprometer com a "salvação do planeta". "Pelo comportamento do presidente americano, acho que vai ficar cada vez mais difícil os países ricos quererem se comprometer a ajudar a salvação do planeta", disse o presidente, em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá (AP), nesta manhã.
Lula voltou a criticar países ricos por não repassarem recursos a nações que mantêm suas florestas de pé. Esta é uma reclamação constante do petista, defensor de que as nações com economias desenvolvidas, que historicamente desmataram mais suas vegetações, precisam financiar os países que conseguiram preservá-las.
Vão financiar ou não? Na COP de 2009, eu era presidente da República e lá os países ricos prometeram dar 100 bilhões de dólares para que os países com florestas em pé mantivessem as florestas. Não deram. Depois prometeram 300 bilhões (de dólares), não deram. Agora, a necessidade fez chegar a 1,3 trilhão (de dólares). Vai ficar cada vez mais difícil.
Lula, em entrevista à Rádio Diário FM
Críticas de Lula acontecem após Trump retirar os EUA do Acordo de Paris —cuja meta é limitar emissões de gases do efeito estufa. O presidente americano também tem defendido a perfuração de novos poços de petróleo, revogou um decreto da gestão Joe Biden que estabelecia meta de que 50% dos carros vendidos no país fossem elétricos até 2030 e assinou um decreto para estimular o uso de canudos de plástico.
Críticas ao Ibama
Apesar das críticas sobre a política climática dos países ricos, Lula criticou o Ibama na entrevista. "Ibama parece que é o contra o governo", disse o presidente ao defender que é necessário que o órgão autorize a Petrobras a fazer pesquisas sobre a exploração de petróleo na chamada margem equatorial.
Em 2023, o órgão de proteção ambiental rejeitou o pedido da Petrobras para exploração. Segundo o Ibama, a empresa petroleira não apresentou soluções para o socorro da fauna em caso de vazamento de óleo. A margem equatorial é uma área que fica a 175 km da costa do Amapá e a 500 km da foz do rio Amazonas.