Teste experimental para diagnosticar endometriose será disponível em hospitais públicos na França
A partir de terça-feira (11), cerca de 25.000 mulheres com mais de 18 anos, com suspeita de endometriose, terão acesso gratuito a testes de saliva para um diagnóstico precoce da doença. A implantação, que faz parte do Pacote de Inovação, um protocolo validado pelo Ministério da Saúde da França, ocorrerá em 80 hospitais.
Os testes não invasivos, baseados em uma amostra de saliva da paciente e cujos resultados ficam disponíveis após cerca de dez dias, permitem diagnosticar a doença antes mesmo que ela se torne visível em exames de imagem ou através de cirurgia.
Eles foram desenvolvidos pela empresa francesa Ziwig e liberados para uso experimental pela Alta Autoridade de Saúde (HAS) no segundo semestre de 2024.
"É um custo de € 800 por mulher", que será pago pelo seguro social, precisou a ministra francesa da Saúde Catherine Vautrin, em entrevista ao canal de televisão France 2.
O "Endotest", como foi batizado, permite detectar a endometriose na saliva a partir da análise e a sequenciamento do DNA. As pesquisas sobre o teste foram consideradas suficientemente promissoras pela HAS para justificar uma experimentação a grande escala.
As 2.500 primeiras pacientes que se beneficiarem do teste serão incluídas em uma pesquisa clínica. Se os resultados forem comprovadamente positivos, mostrando uma queda do número de cirurgias de diagnóstico e um impacto nos tratamentos, o teste poderia ser oferecido de maneira definitiva e gratuita pela saúde pública francesa.
A endometriose afeta, aproximadamente, 190 milhões de mulheres e meninas em idade reprodutiva em todo o planeta, o que corresponde a 10% da população, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para especialistas, a técnica representa um grande avanço no diagnóstico, que até agora chegava depois de a paciente passar por diferentes médicos, em média sete a dez anos após apresentar os sintomas e a primeira consulta.
Mulheres afetadas por esta doença ginecológica crônica sofrem de cólicas menstruais muito intensas e problemas de fertilidade. Ainda não há tratamento definitivo para a endometriose.
(RFI e AFP)