Itália prende 130 pessoas em operação de larga escala contra máfia siciliana
Por Francesca Piscioneri e Alvise Armellini
ROMA (Reuters) - Cerca de 130 pessoas foram presas na terça-feira em uma operação de larga escala contra a máfia siciliana em Palermo, indicando que ela continua sendo uma força criminosa significativa, apesar dos reveses das últimas décadas.
A "Cosa Nostra", grupo mafioso com sede em Palermo e arredores, aterrorizou a Itália nas décadas de 1980 e 1990, mas desde então foi superada como a máfia mais poderosa da Europa pela 'Ndrangheta da Calábria.
Os suspeitos detidos na terça-feira foram acusados de vários crimes, incluindo tráfico de drogas, tentativa de homicídio, extorsão, jogos de azar online ilegais e posse ilegal de armas de fogo, informou a polícia Carabinieri em um comunicado.
Mandados de prisão adicionais foram emitidos para 33 suspeitos que já estavam na prisão por outros crimes.
As investigações revelaram que as famílias mafiosas de Palermo coordenam suas atividades em toda a cidade e em sua província, como costumavam fazer nos tempos áureos da Cosa Nostra, especialmente no que diz respeito ao tráfico de drogas, afirmou a polícia.
Eles disseram que as famílias do centro da cidade recuperaram a autoridade em comparação com os anos em que eram dominadas por uma facção de Corleone -- uma cidade nos arredores de Palermo que foi o local de nascimento dos notórios chefes Toto Riina e Bernardo Provenzano.
Os chefes modernos usam tecnologia moderna para conduzir seus negócios, usando telefones celulares criptografados que são contrabandeados para as prisões para permitir que os chefes presos continuem exercendo seu comando, disseram os investigadores.
Apesar de ter sido enfraquecida pelas atividades policiais, a Cosa Nostra continua a atrair jovens, disseram os Carabinieri, observando que documentaram um caso de um novo recruta que recebeu "lições de máfia" de um associado mais velho.
O pretenso mentor deu ao jovem "instruções específicas, convidando-o a tomar como exemplo sua conduta em relação às pessoas que seriam submetidas à extorsão e aconselhando-o sobre como se relacionar com os líderes da máfia", disse o comunicado da polícia.
A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, escrevendo no X, saudou as prisões de terça-feira como "um golpe muito duro contra a Cosa Nostra", dando um sinal claro de que "a luta contra a máfia não parou e não vai parar".