Trump: cessar-fogo em Gaza deve ser cancelado se reféns não forem soltos

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse, nesta segunda-feira (10), que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza deve ser cancelado se os reféns não forem libertos pelo grupo palestino até o próximo sábado (15).
O que aconteceu
Os reféns em Gaza devem ser soltos até o 12h de sábado, afirmou Trump a jornalistas no Salão Oval. Segundo a Reuters, ele disse que, caso isso não ocorra, ele irá propor o cancelamento e deixará "o inferno se instalar".
O presidente dos EUA ainda ameaçou suspender a ajuda à Jordânia e ao Egito. Trump quer que os dois países aceitem refugiados palestinos que estão sendo realocados de Gaza.
Mais cedo, o Hamas anunciou que havia adiado a libertação de um novo grupo de reféns, antes planejada para sábado. O grupo disse ter "monitorado violações" de Israel e "o descumprimento dos termos do acordo".
Após o anúncio, o ministro da Defesa de Israel ordenou que o exército se prepare "para todos os cenários" em Gaza. Em comunicado, o governo israelense criticou a decisão do Hamas e disse que o grupo viola os termos do acordo de cessar-fogo.
Primeira fase do cessar-fogo teve cinco trocas
O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor no dia 19 de janeiro. Três mulheres israelenses foram as primeiras reféns libertadas pelo grupo terrorista.
No último sábado (8), Ohad Ben Ami, Eli Sharabi e Or Levy foram libertados pelo Hamas de Gaza e entregues à Cruz Vermelha. Os dois primeiros haviam sido feitos reféns no Kibbutz Be'eri durante o ataque transfronteiriço liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Or Levy foi sequestrado naquele mesmo dia no festival de música Nova.
Taxa sobre aço e alumínio
Enquanto falava com jornalistas nesta segunda, Trump confirmou sua ameaça e impôs uma sobretaxa de 25% sobre o aço e alumínio de todos os países. A decisão - que é ainda maior do que havia sido anunciado no domingo (9) - afeta diretamente mais de US$ 6 bilhões em exportações brasileiras.
A medida deve ser respondida pelo governo Lula (PT). O Brasil avalia como retaliar os Estados Unidos, sem que isso cause prejuízo para a própria indústria nacional ou que represente uma escalada numa guerra comercial.
O maior afetado será o Canadá, seguido pelo Brasil, o segundo maior fornecedor de aço aos americanos. Grandes exportadores como Coreia do Sul, UE e México também serão especialmente afetados.