Nunes defende autora do PL 'anti-Oruam': 'Questionou o cantor, não o funk'

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu nesta segunda-feira (10) a autora do projeto de lei conhecido como "anti-Oruam".
O que aconteceu
Nunes afirmou que a vereadora Amanda Vettorazzo (União) não questionou o funk ou rap. "Ela não associou nada do funk ou do rap. Ela associou uma pessoa específica, eu não conheço o rapaz para você ver que eu tenho bom gosto para música", disse o prefeito.
Segundo Nunes, propostas que façam apologia ao crime não serão aceitas. As declarações foram dadas após o emedebista anunciar R$ 318 milhões em recursos para Cultura — os investimentos serão aplicados em 70 editais ao longo do ano para áreas como música, teatro, dança, artes visuais e economia criativa. "É até bom você colocar lá com bastante destaque, Totó", disse Nunes ao secretário de Cultura e Economia Criativa, Totó Parente.
Projeto de lei da vereadora foi batizado com nome do rapper do Rio de Janeiro, mas não o cita no texto. Ele é filho de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho preso em 1996 e recapturado no ano 2000 após ficar foragido depois de fugir da cadeia.
Amanda quer proibir shows com apologia ao crime para crianças e adolescentes com dinheiro público. Segundo a vereadora, as músicas de Oruam "abriram as porteiras para que rappers e funkeiros começassem a produzir músicas endeusando criminosos e líderes de facções".
Como mostrou o UOL, ofensiva chegou a Câmaras Municipais de outras 12 capitais, que têm projetos parecidos. Deputados estaduais e federais e um senador também apresentaram propostas com teor semelhante. Os cantores de rap e funk têm sido citados como alvos principais dos projetos.
Pelo que eu vi, ela questionou sobre uma pessoa, não sobre a questão cultural. Seria até injusto colocar para vereadora que ela estivesse fazendo qualquer tipo de ação contra o funk ou qualquer tipo de ação cultural.
Ricardo Nunes (MDB), prefeito de SP