Pressionado após anulação das eleições, presidente da Romênia renuncia

O presidente da Rômenia, Klaus Iohannis, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (10). Anúncio foi feito pelo próprio presidente em Bucareste, capital do país.
O que aconteceu
"Para evitar uma crise para a Romênia e seus cidadãos, deixarei o cargo", afirmou Iohannis, durante discurso em Bucareste. Ele deverá permanecer como presidente até quarta-feira (12).
Presidente foi duramente criticado por permanecer no cargo após a anulação das eleições presidenciais em dezembro. Documentos revelados pelo conselho de segurança da Romênia apontaram que o país foi alvo de "ataques russos híbridos agressivos" durante o período eleitoral.
O candidato de extrema-direita Calin Georgescu, que tinha apenas um dígito nas pesquisas antes da eleição, foi vitorioso no primeiro turno, o que levantou dúvidas sobre a lisura do processo. Georgescu quer acabar com o apoio romeno à Ucrânia contra a invasão da Rússia. O segundo turno seria disputado entre ele e a líder de centro pró-UE, Elena Lasconi.
Novas eleições presidenciais são esperadas para maio. O tribunal não questionou a integridade da votação parlamentar.
Romênia aderiu ao espaço Schengen em janeiro
Após 13 anos, a Romênia integrou o espaço Schengen em 1º de janeiro, juntamente com a Bulgária. Isso permitiu a livre circulação de pessoas, tanto por vias terrestres quanto aéreas.
O premiê romeno, Marcel Ciolacu, saudou a conquista, chamando-a de "maior sucesso" de 2024. O evento marca o fim de uma longa espera para esses dois países, ex-membros do bloco comunista e entre os mais pobres da União Europeia.
Países atendem aos critérios técnicos desde 2011, mas membros da União Europeia sempre apresentaram objeções. O analista Valentin Naumescu explicou à RFI que essa situação se tornou "uma fonte de frustração, explorada por partidos anti-UE para denunciar um tratamento injusto à Romênia".
Hoje, o espaço Schengen inclui 25 dos 27 membros da UE, além de países associados como Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. No total, mais de 400 milhões de pessoas podem circular livremente sem controles nas fronteiras.
(Com AFP, Reuters e RFI)