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PF liga senador do PL Eduardo Gomes a investigação sobre desvio de emendas

O senador Eduardo Gomes (PL-TO) foi líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado - Pedro França - 11.dez.2024/Agência Senado
O senador Eduardo Gomes (PL-TO) foi líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Senado Imagem: Pedro França - 11.dez.2024/Agência Senado
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/02/2025 09h19Atualizada em 10/02/2025 10h08

A Polícia Federal encontrou indícios de envolvimento do senador Eduardo Gomes (PL-TO) em um esquema de desvio de emendas parlamentares.

O que aconteceu

Provas constam em inquérito que apura corrupção em emendas de parlamentares do PL. Os deputados federais Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA) e o ex-deputado Bosco Costa (PL-SE) foram denunciados em setembro passado, acusados de corrupção passiva e organização criminosa.

PF encontrou mensagens que comprometem o senador em celulares apreendidos na operação para investigar os deputados. Há uma troca entre Carlos Lopes, secretário de Josimar Maranhãozinho, e "Lizoel", que parece ser Lizoel Bezerra, assessor de Eduardo Gomes. A informação foi publicada pelo portal Metrópoles e confirmada pelo UOL.

Assessor do senador cobra R$ 1,3 milhão do secretário de Maranhãozinho. "Bom dia, amigo, me dá uma posição. O homem tá na agonia [para] pagar contas e viajar", diz Lizoel. Em seguida, ele envia um print de uma conversa com Eduardo Gomes, em que o senador questiona: "O cara mandou?".

Lizoel demonstra insatisfação com o atraso no pagamento. "A pior parte disso tudo é eu ficando queimado com o amigo e nesse próximo orçamento, não vou ter nada", escreveu. As conversas aconteceram de fevereiro de 2022 até 10 de março daquele ano, véspera do cumprimento de um mandado de busca na casa de Carlos.

Trecho de relatório da Polícia Federal aponta ligação entre assessor do senador Eduardo Gomes e secretário do deputado Josimar Maranhãozinho - Reprodução - Reprodução
Trecho de relatório da Polícia Federal aponta ligação entre assessor do senador Eduardo Gomes e secretário do deputado Josimar Maranhãozinho
Imagem: Reprodução

Segundo a PF, os assessores tratavam sobre "porcentagens de emendas destinadas pelo senador". "Trata-se do mesmo modus operandi ora investigado, somente trocando quem eram os parlamentares dirigidos pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho", escreveram os delegados no relatório da investigação.

A PF pediu à PGR (Procuradoria-Geral da República) a abertura de um novo inquérito. Para os investigadores, esses episódios não estão, necessariamente, ligados às emendas que já eram investigadas. Em agosto de 2024, a procuradoria pediu o início de diligências preliminares.

Possível ligação de senador com o esquema veio à tona após o ministro do STF Cristiano Zanin tirar o sigilo do processo. A Primeira Turma da Corte deve julgar a denúncia contra Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa ainda neste mês.

Eduardo Gomes foi líder do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Senado. A assessoria do senador informou que as emendas enviadas a outros estados que não o Tocantins "foram feitos por ocasião de ser relator setorial do orçamento, atendendo a parlamentares desses estados", e que não houve nenhuma irregularidade. Disse ainda que Lizoel Bezerra foi motorista do senador em campanhas políticas, e que não trabalha no gabinete do Senado.

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