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OPINIÃO

Raquel: Vale-peru de R$ 10 mil é um tapa na cara dos brasileiros

do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/02/2025 18h34

O pagamento de vale-alimentação de R$ 10 mil a servidores e magistrados é um tapa na cara dos brasileiros e ruim para a própria imagem do judiciário, afirmou a colunista Raquel Landim no UOL News, do Canal UOL, nesta segunda-feira (10).

É um tapa na cara dos brasileiros, é uma loucura o que o judiciário faz. É preciso moralizar, é preciso se colocar, e o que o judiciário faz é ruim para a imagem da própria instituição. Raquel Landim, colunista do UOL

O pagamento do benefício foi feito pelo TJ-MT (Tribunal de Justiça do Mato Grosso) em dezembro e ficou conhecido como "vale-peru". Ele foi suspenso por determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão que tem a missão de fiscalizar o Poder Judiciário. Ao STF (Supremo Tribunal Federal), após pedido de explicações do ministro Cristiano Zanin, o tribunal afirmou que o benefício é legal e cumpre a função de "assegurar a cobertura das necessidades nutricionais diárias da pessoa humana".

Decisões como essa são imorais num país pobre como o nosso, num país com tantas necessidades. Não é uma questão do 'todo' [quanto o judiciário gasta ou se a Justiça é efetiva]. Não é essa a discussão. É que são decisões imorais. O judiciário não está acima do bem e do mal.

É um juiz de uma comarca ou um desembargador que estão recebendo benefícios de R$ 10 mil com uma justificativa absurda. Assim como na decisão do ministro Flávio Dino, com um desembargador que estava querendo uma isonomia com o Ministério Público, o que não é permitida pela Constituição, e aumentando o seu próprio salário. Você tem uma limitação do teto —do ministro do STF, que deveria ser o maior salário, por volta de R$ 34 mil — e há magistrados ganhando R$ 100 mil.

Então, não é uma questão do quanto se gasta com a Justiça brasileira. É do quanto esses vencimentos são imorais. Raquel Landim, colunista do UOL

Professora: 'Trump vê em Gaza um modelo de negócios'

No UOL News, Bárbara Motta, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe, disse que o presidente americano, Donald Trump, olha para a Faixa de Gaza como se fosse um modelo de negócios e terra para dar lucro.

Acho que o Trump olha para a Gaza como um modelo de negócios. Não à toa que, em discurso passado, ele falou que queria transformar a Gaza na Riviera. Hoje no discurso mencionou que quer lidar com Gaza como se fosse um grande empreendimento imobiliário.

Então, ele olha para a Gaza como um grande território, como uma grande terra arrasada em que os Estados Unidos podem lucrar a partir do momento em que recuperarem aquele local. Bárbara Motta, professora de Relações Internacionais

Na semana passada, Trump chocou o mundo ao anunciar, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o plano de expulsar os palestinos que vivem na região de Gaza. Ele, no entanto, não explicou como e quando isso ocorreria. A ideia foi alvo de condenações tanto por parte de aliados como de adversários dos EUA.

Assista ao trecho do vídeo abaixo:

Lemos: 'Setor tech dos EUA é alvo ideal, mas Brasil precisa ter cautela'

No UOL News, o colunista da Folha de S.Paulo Ronaldo Lemos afirmou que o governo brasileiro precisa de cautela para não jogar mais fogo em gasolina na guerra comercial imposta pelo governo do presidente Donald Trump.

É um erro agir de forma não planejada, precipitada e sozinho. Se o Brasil quiser agir, precisa ser em bloco, entender o que a Europa vai fazer, o que outros países que foram tarifados vão fazer. Isso é fundamental. O que tenho medo é o Brasil acelerar, com características isoladas, só nossas, e isso chamar a atenção para o que a gente está fazendo e gerar uma retaliação ainda maior.

A questão tecnológica é a que mais importa para os Estados Unidos. Então, se o Brasil quiser realmente provocar uma dor, um dano, algo que seja relevante para os Estados Unidos, o setor tecnológico é o indicado, óbvio, para esse tipo de atuação. Mas é preciso desenhar esse imposto com muito cuidado, [porque] se a gente tarifa isso, será ruim porque encarece o custo de produção no Brasil também. Ronaldo Lemos, colunista da Folha de S.Paulo

Nesta segunda, Trump deve anunciar tarifas contra o aço, afetando potencialmente US$ 6 bilhões em exportações brasileiras. Os problemas podem ser ampliados ainda nesta semana, diante da promessa do americano de que irá aplicar uma política de reciprocidade tarifária. As tarifas contra o aço devem chegar a até 25%.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo, o governo Lula (PT) estuda taxar plataformas digitais norte-americanas como medida de retaliação. Caso isso aconteça, serviços digitais de Amazon, Facebook, Instagram, Google e Spotify —uma empresa sueca— seriam afetados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que era preciso aguardar o anúncio oficial dos EUA.

Assista ao trecho do vídeo abaixo:

Tales: 'Ordem dentro do governo Lula é ter reação cirúrgica a Trump'

Ainda durante o UOL News, o colunista Tales Faria disse que o governo federal estuda uma reação precisa ao governo de Donald Trump caso o presidente dos Estados Unidos confirme sua pretensão de elevar tarifas sobre o aço e o alumínio de todos os países.

A ordem dentro do governo é ter uma reação cirúrgica. Está sendo feito um levantamento pela Fazenda das medidas que podem ser tomadas. Na Indústria e Comércio, há uma avaliação de como essas medidas podem provocar danos às empresas brasileiras. Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, junto ao Ministério das Relações Exteriores, fazem esse levantamento com muito cuidado para que isso não se torne uma guerra comercial.

O que não interessa ao Brasil é uma guerra comercial com os EUA e com Trump. Também não interessa aos EUA, porque nosso aço é muito importante nessa relação entre os dois países, assim como o petróleo. Tudo isso também tem consequências para a indústria americana. O petróleo bruto exportado pelo Brasil move boa parte da economia dos EUA; o aço é fundamental na indústria automobilística. Tales Faria, colunista do UOL

Assista ao trecho do vídeo abaixo:

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

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