Uma eventual taxação sobre as big techs seria uma resposta adequada do governo Lula à pretensão de Donald Trump aumentar as tarifas sobre o aço e alumínio de todos os países, disse o colunista Josias de Souza no UOL News desta segunda (10).
Ainda hoje, Trump deve assinar a decisão, que colocará uma taxa de 35% sobre os dois produtos. O Brasil será um dos países mais afetados, com tarifas que podem impactar US$ 6 bilhões em vendas, ao lado de Coreia do Sul, México e Canadá.
É possível sofisticar a resposta de modo a reduzir os danos, que sempre existirá, mas é preciso tentar atingir as big techs hoje. É uma providência que pode ser classificada como razoável, porque não é concebível que empresas como os conglomerados digitais faturem no Brasil sem pagar imposto. Não se está falando em nada fora de propósito.
Há razões técnicas para que isso ocorra. É uma forma de responder ao Trump com algo que já vinha sendo estudado pelo Ministério da Fazenda e seria uma das respostas pontuais. Não é a única, mas talvez seria uma das mais efetivas em função dessa relação próxima que hoje as empresas digitais mantêm com o Donald Trump. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias ressaltou que diversos países pelo mundo estudam formas de atingir as grandes empresas de tecnologia, cujos donos são alguns dos principais aliados de Trump. A medida, segundo o colunista, pode levar o presidente dos EUA a repensar seus planos.
A exportação de aço para os Estados Unidos é uma coisa muito relevante para o Brasil para deixar sem resposta. Ela precisa ser uma que não imite o próprio Trump. O Brasil não pode reagir à moda dele e prejudicar a economia do país, que é o que o Trump está fazendo lá ao elevar a inflação, encarecendo produtos que serão pagos pelo consumidor americano.
Essa providência em relação às big techs, de taxar os conglomerados digitais, já vinha sendo estudada há tempos pelo Ministério da Fazenda. Evidentemente, se for adotada agora, será entendida como uma resposta do governo brasileiro a essa movimentação do Trump.
Mas o Brasil não está só nisso. A própria União Europeia está planejando atingir também essas empresas ali do Vale do Silício com medidas retaliatórias. Trump já anunciou que as suas tarifas chegarão também à União Europeia, que ele acusa de ter um grande superávit nas transações comerciais com os EUA.
Eles também estão analisando providências que podem adotar em relação a empresas americanas, especialmente aquelas que são hoje muito vinculadas ao Trump como as plataformas digitais. Elas se transformaram em alvos preferenciais desses países que querem dar uma resposta sem bagunçar as suas próprias economias. Josias de Souza, colunista do UOL
Tales: Ordem dentro do governo é reação cirúrgica a Trump
O governo federal estuda uma reação precisa ao governo de Donald Trump caso o presidente dos Estados Unidos confirme sua pretensão de elevar tarifas sobre o aço e o alumínio de todos os países, afirmou o colunista Tales Faria.
A ordem dentro do governo é ter uma reação cirúrgica. Está sendo feito um levantamento pela Fazenda das medidas que podem ser tomadas. Na Indústria e Comércio, há uma avaliação de como essas medidas podem provocar danos às empresas brasileiras. Fernando Haddad e Geraldo Alckmin, junto ao Ministério das Relações Exteriores, fazem esse levantamento com muito cuidado para que isso não se torne uma guerra comercial.
O que não interessa ao Brasil é uma guerra comercial com os EUA e com Trump. Também não interessa aos EUA, porque nosso aço é muito importante nessa relação entre os dois países, assim como o petróleo. Tudo isso também tem consequências para a indústria americana. O petróleo bruto exportado pelo Brasil move boa parte da economia dos EUA; o aço é fundamental na indústria automobilística. Tales Faria, colunista do UOL
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