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'Ilha mais isolada do mundo' é palco de incêndio que já dura três semanas

Incêndio na Ilha de Amsterdam já dura mais de três semanas - Reprodução/X/@TAAFofficiel
Incêndio na Ilha de Amsterdam já dura mais de três semanas Imagem: Reprodução/X/@TAAFofficiel

10/02/2025 17h00Atualizada em 10/02/2025 19h24

A ilha francesa de Amsterdã, no oceano Índico, sofre há três semanas com um incêndio que já destruiu quase a metade de se território. Desconhecida do grande público, ela é usada para pesquisas devido à sua biodiversidade. A população foi totalmente retirada e, em razão da distância e da dificuldade logística, as autoridades francesas preferiram não intervir por enquanto, deixando o fogo se propagar.

A ilha francesa de Amsterdã, no oceano Índico, sofre há três semanas com um incêndio que já destruiu quase a metade de seu território. Desconhecida do grande público, ela é usada para pesquisas devido à sua biodiversidade. A população foi totalmente retirada e, em razão da distância e da dificuldade logística, as autoridades francesas preferiram não intervir por enquanto, deixando o fogo se propagar.

Alguns a chamam de "a ilha mais isolada do mundo". Perdida entre as ilhas da Reunião e Kerguelen, no sul do oceano Índico, Amsterdã tem apenas 58 km² e faz parte das Terras Austrais e Antárticas Francesas (TAAF). Com seus penhascos íngremes, ela é considerada um santuário de biodiversidade e integra o Patrimônio Mundial da Unesco. Apenas 30 pessoas vivem no local, principalmente cientistas, militares e técnicos.

Em razão de sua situação geográfica, a ilha oferece condições perfeitas para pesquisas sobre qualidade do ar e coleta de marcadores sobre as mudanças climáticas. Amsterdã é um dos dois únicos locais no mundo dedicados ao estudo aprofundado da poluição atmosférica, e o único no hemisfério sul para esse tipo de análise. Há quase 50 anos, ela possibilita medições contínuas das concentrações de gases de efeito estufa e poluentes na atmosfera.

Além disso, o território abriga uma biodiversidade rara, com muitas espécies de aves marinhas, incluindo o albatroz de Amsterdã, que só existe naquela área. A ilha também abriga a terceira maior população de focas e elefantes-marinhos do mundo.

Entretanto, desde meados de janeiro, essa ilha vulcânica é palco de um incêndio incontrolável, cujas causas ainda são desconhecidas. Todos os moradores tiveram que ser retirados às pressas e levados para a Reunião, ilha mais próxima, situada a quase 3.000 km de distância.

Segundo as autoridades locais, os ventos constantes contribuíram para que as chamas se alastrassem. A vegetação seca, ligada ao seu clima temperado, também é apontada como mais propícia para incêndios.

Um balanço realizado em 29 de janeiro mostrava que 18% da ilha já havia sido atingida pelo fogo. Desde então, "deixamos as coisas como estão", informaram as autoridades. "Devido ao isolamento da ilha, não há como apagar as chamas". Segundo dados de sexta-feira (7), pelo menos 45% do território havia sido consumido.

As autoridades francesas organizaram uma missão para avaliar a situação. A fragata de vigilância Floréal deve deixar a Ilha da Reunião ainda esta semana, mas tudo irá depender das condições meteorológicas, em um momento em que vários ciclones ameaçam a região. A missão conta com quatro bombeiros e sete técnicos, que vão tentar determinar a origem do fogo e a extensão dos danos.

(Com agências)

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