Topo
Notícias

Conteúdo publicado há
1 mês

'É muita dor': família de brasileira morta na França acompanha julgamento de assassino

Simone Barreto Silva, brasileira morta em atentado em basílica de Nice (França) - Reprodução/Facebook
Simone Barreto Silva, brasileira morta em atentado em basílica de Nice (França) Imagem: Reprodução/Facebook

RFI

10/02/2025 14h35

Familiares das vítimas do atentado da basílica de Nice estiveram presentes nesta segunda-feira (10) no Tribunal Especial de Paris, no primeiro dia de julgamento de Brahim Aouissaoui, de 25 anos, acusado do ataque terrorista de 29 de outubro de 2020, que matou três pessoas, entre elas, a brasileira Simone Barreto. Gravemente ferido por policiais após o ataque, o acusado afirma que sofre de amnésia.

Familiares das vítimas do atentado da basílica de Nice estiveram presentes nesta segunda-feira (10) no Tribunal Especial de Paris, no primeiro dia de julgamento de Brahim Aouissaoui, de 25 anos, acusado do ataque terrorista de 29 de outubro de 2020, que matou três pessoas, entre elas, a brasileira Simone Barreto. Gravemente ferido por policiais após o ataque, o acusado afirma que sofre de amnésia.

"É muita dor", disseram familiares e amigos de Simone presentes na abertura do processo, sem querer dar entrevistas.

"É muito triste para a família, porque temos muitas perguntas para tentar entender este gesto mortal. Mas não temos respostas porque este homem (o acusado) está brincando conosco", disse à RFI o advogado Régis Bergonzi, que representa familiares das vítimas, entre eles os de Simone.

O advogado diz que a família de Simone espera que seja feita "justiça". "Eu represento muitas partes civis neste caso e eles não estão todos a mesma expectativa. Existe muita raiva, mas também muitas nuances e vocês verão que as demandas não são uniformes", disse, lembrando que os familiares das vítimas serão ouvidos em 19 de fevereiro.

Amnésia

Neste primeiro dia de audiência, dois peritos foram ouvidos pelo juiz. O objetivo dos advogados das vítimas e da promotoria é mostrar que Aouissaoui estava consciente quando realizou o ataque e que o acusado mente sobre sua amnésia.

"Não tenho nada a dizer porque não me lembro de nada", disse Aouissaoui perante o tribunal, quando questionado pelo juiz, após a leitura da peça inicial do processo.

Vestido com uma jaqueta branca, Aouissaoui pareceu atento à apresentação do juiz, sem olhar para o local onde estavam sentadas as famílias das vítimas.

10.fev.2025 - Esboço do tribunal mostra Brahim Aouissaoui durante seu julgamento por esfaquear três pessoas até a morte em uma igreja na cidade de Nice, no sul da França, em 2020 - Benoit PEYRUCQ / AFP - Benoit PEYRUCQ / AFP
10.fev.2025 - Esboço do tribunal mostra Brahim Aouissaoui durante seu julgamento por esfaquear três pessoas até a morte em uma igreja na cidade de Nice, no sul da França, em 2020
Imagem: Benoit PEYRUCQ / AFP

Falando em árabe por meio de um intérprete, o acusado, muito magro, com cabelos longos penteados para trás e barba curta, confirmou sua identidade. Mas quando o presidente perguntou o nome de seu advogado, Aouissaoui, disse que não sabia.

Segundo os peritos, apesar de terem sido encontradas evidências de que Aouissaoui havia consumido canabis e cocaína nos meses anteriores a sua prisão, ele não estava sob o efeito de drogas durante o ataque. Além disso, seu exame médico não revelou nenhum dano cerebral e a avaliação psiquiátrica concluiu que não houve comprometimento ou perda de discernimento no momento do ataque.

O acusado está sendo julgado por assassinato e seis tentativas de assassinato em conexão com terrorismo. Ele pode ser condenado à prisão perpétua.

Na manhã de 29 de outubro, armado com uma faca, além de Simone Barreto, ele matou Nadine Devillers, de 60 anos, e o sacristão Vincent Loquès, de 55 anos.

Inicialmente agendado para a tarde de segunda-feira, o interrogatório sobre a personalidade do acusado ocorrerá no final da tarde de terça-feira (11), quando especialistas psiquiátricos darão seu depoimento no tribunal. O interrogatório de Aouissaoui sobre os fatos será dia 24 de fevereiro. O julgamento está programado para continuar até 26 de fevereiro.

Notícias